sexta-feira, maio 25, 2012

Viver e amar

Uma afago ante o muro
Ante o murro no vadio
Ante o beijo e o sussurro, o escuro lavradio
Um carinho ante o teso desejo sem salvação
Um carinho, um grito um gesto
Uma luta sem rendição.

E porque não ser assim?
Porque não ver assim?
Porque não ser amor desabrigado nesse fim?
E porque não ver-te assim, me ver assim em ti, em mim
Sendo um jeito de querer que desapega o meu ser do amar?

Um segundo, uma semente
Um olhar pelo ladrão de canaletas desenhadas, em muros, morros e mãos
Um jeito de ser sonho que parece até cruel
Um livre jeito medonho
De rasgar qualquer papel.

E porque não ser assim?
Porque não querer assim esse beijo de amor que não se guarda além dos sins?
E porque não ver tudo assim?
E por que não ser tudo assim?
Porque não ser esse querer e chamar ele de viver e amar?

Nas chuvas que nos fazem bem

Há verdades, dias, luz, olhar e ser feliz
Há detalhes, riscos, ódios, amores que nascem no feliz
E há o ir, há o morrer
E tudo isso é fazedor de ser
E há o crer, o destronar o Deus do querer saber voar.

Há o mar e o sentido de mergulhar em plena luz
E no mar saber-se vão ao ver-se onda e ir pra nunca mais
E há o viver-se bem
E ir assim andar ao sol, à lua
Em ti a ver o rir, o dançar das ruas
E as ruas vem.

Assim por ver há duros dias, duros nunca mais
E somos tanto mar
Que o mar parece olhar e faz o grito virar sussurrar
E há o rir, o ir, o ver
Que tudo isso é assim um ser
E ser é tanto ver-se mar
quanto nascer em pleno bom luar.

E ao viver o bem, o olhar
Brilhar em ti, em mim, no ver
E ver também é rir, é ir, chorar, voar
Morrer nas chuvas que nos fazem bem.



E voo

Se o som deste meu olhar parecer-te drama
E a luz deste vento queimar-te como sol
A dúvida não perseguir a forma de escutar
O grito, o surto, o mundo nos fazer sumir.

Se o ir, o sentir, o rir tornarem-se um parto
O gesto feliz em fim mesmo se tornar
A alma olhar e não vir, não ouvir nem notar
O passo, o risco, o sentido de ser vida.

Então faço-me assim mar
Uma espécie de voo
Um som, um ar, um bom olhar
Eu vou, me vou, me vou
E em som de beijo ao luar
Me transformo e te sou
Sonhar, voar, me ser mais mar
E voz e voo e voo.


segunda-feira, maio 21, 2012

Um amor de Terra

Um amor de terra é chão. É estranho chão que o fogo do peito entende. 

Nós que em chamas corremos pelo mundo entendemos o chão, lançamo-nos como quem não o tema choque, como quem não o teme estrada.

Um amor de terra é montanha, é desafio que lutamos para alcançar, é visível monstruosidade insuperável que nos anima a aprender a agarrar pedras arrancar a fórceps o desejo de voar, de chegar ao topo e rir, rir com escárnio do antigo medo do impossível.

É como se aquela aridez fosse uma segurança acariciadora, como se a aridez escondesse, mal escondido, um leve sorriso que nos afaga, um olhar que nos anima a ir, ver e vencer.

Não somos realistas decerto, não, não somos, a Terra é, nós não, não somos calmos, não esperamos, não ocultamos o querer, o desejar, o ir, o voar, o doer, mas não choramos sem queimar planos, planetas, imensas porções de terra. Somos assim como quem não sabe o fluxo da emoção sem uma explosão final plena de estilhaços de vidas, emoções, amores, dores, estradas e ócios.

Um amor de Terra não nos desengana, não nos engana, não nos torna mais brilhantes ou melhores, nos ensina a pisar, e nos ensina a correr, e assim gastamos o fogo tornando o calor uma forma de cozinhar filmes, flores, sabores e o som do afago.

E assim amamos, como quem queima, como uma fogueira que aquece antigos mundos.

A coragem de só dizer sim.

Sigo um sentido, um verso, um desígnio feito de coração
Canto o amor dos ódios, dos signos, dos deuses, orixás, irmãos
Dedico meu amor ao sentido que desce do próprio som
Da palavra que diz como é bom.

Caminho a passos largos, decidido
Como quem tem na mão, como quem tem calor
Como quem tem um visionário jeito de sentir dor
Rasgo o significado da nudez e do sabor
Amo assim sem nenhuma razão
É o que sou.

Crio um mundo, uma canção
Na madrugada do céu
Abro o desejo que vaza dos ônibus e retiram véus
Olhando o Cristo deitado num Rio que é só meu
Penso na mão que me toca
Que me tira do breu.

Meu amor pela turba é o desejo de ver
A rua, o centro do planeta no meu bem querer
Sinto o desejo de Espanha de ver o mundo descer
Pela beira do viver.

Calo um jeito de me mentir, de mentir a mim
Calo o medo de ir, morrer, perder o jeito de rir do fim
Caço a palavra saudade e a ajeito assim
Pra ter coragem de só dizer sim.


Amor: Palavra Rei

Ouço o som das montanhas
Grito o horror dos mil dons
Sigo meu tom na voz de outras gentes e canções
Sigo minha voz na voz dos outros
E me deito à lei
Sei forte
Sou forte
E digo o som do nome, o som da fome, o som da lei
Sigo a velha lei.



Digo o nome e sobrenome
Grito um jeito de ver a tez
Das palavras, das mulheres que surgem nas ruas e camas
E de novo assim tão verde
É o insano gosto, a grei das espadas que me obrigam
Das palavras que amei
É um som, um gosto
E não nego o que me diz este coração de amor
É agora um sentir vivo
Como quando começou
Essa vontade
Essa voraz força que me invade.

A alma vira areia
Na areia viras mar
A alma passa e se dedica a voar
E sinto paz
E sinto a paz que arde e vai
E sinto a paz de uma guerra que me sei.

E esse é o nome do amor
E esse é nome da dor
E esse é nome do mar
E esse é o nome do amar
E esse é nome
Que me dá fé para a batalha escura
A dura batalha dessa vida tanta
Dura batalha de uma vida e dança, de uma vida e canta
De uma veia.

E Ouço o som dos mil nomes
Torno-me horror e invenção
Sigo meu tom na voz dos outros
E das velhas canções
Solto meu dom na voz dos outros
E requebro o dia
Sei nobres forças, fomes
E sigo um som do nome e o nome me faz rei
Amor: Palavra Rei.

terça-feira, maio 15, 2012

Azul e verde

O som do azul é quase verde
A voz , o mel, o céu e o mar
Traduzem-se como que pele
A voz do sonho é quase olhar.

O som do sul é quase verde
O mel do céu é o olho ao mar
Homens ao mar da própria pele
Invento, sorte e richas.

O som do sul é azul e  verde.


O meu fim

Vento dispara
O verso sozinho late-se em pleno som
Volta um jeito de ser carinho
Vê-se assim o bom
O ato de rir é tanto um grito como uma invenção
Toco a textura do gosto do som.

Faço-me inversão de palha, palavra
Espero o rir
Me transformo em dor
Dor de saber-se, invento sentidos, ócios, axé
Calor
Rumo ao som da música no ritmo
Ritmando o sabor
Assusto-me com o uivo do poder que não sou.

A cruz de minha canção é piada
O áspero som do hotel
A nudez metafórica da alma, o som, o cheiro, o bordel
A busca da redenção das estradas, o céu, o sabor do céu
A alma deixando em São Paulo o gosto de outro eu
Volto esperança e caminhar
Será Deus?

Alma de andar nas ruas, de ver a lua, de ser você
Alma de ver o gesto operário na mão do moleque, de ver
A nudez negra da velha mucama ser uniforme e fim
Olho no mundo é o necessário ver.

Aprendo o existir intranquilo de tudo o que sou de mim
Ouço a paz rumorosa do grito, do urro, da guerra e enfim
Faço o luar ser banho de arte
Costuro o sol no sim
Abro o olhar e entendo o meu fim.

sábado, maio 05, 2012

Uma escolha

Uma dia escrevi, com mãos novas, que minha causa era o Homem.

Daquele olho, o som das palmas das mãos e o brilho de um futuro, uma utopia radiante, mesmo que mais cínica, bêbada, morta-viva numa fome de futuro, é o que me dá nome.

Me imaginava guerreiro como quem sobe montanhas que desenhavam anarquismos em papéis e bandeiras. Me imaginava outro, menos vivo, mais formatado, caiado em sepulcros promovidos  a uma disciplinada guerra que nunca houve. Me imaginava mais feliz do que hoje, me imaginava o que jamais me faria feliz ao ver-me hoje.

As mãos que escreveram que minha causa era o Homem envelheceram, mudaram, voaram, caíram, subiram nas montanhas da alegria e mergulharam nos pântanos da desilusão muitas vezes. Os olhos não, eles ainda lacrimejam ao lembrarem-se do passado e ao imaginar o futuro, eles sonham, eles escrevem. 

A lua, a super lua, hoje trouxe à amiga Niara a lembrança de uma lua e de canção e desta canção cheguei a uma que me lembra daquele moleque e de outro mais antigo, que não pensava em nada, voava, era cowboy, lançava raios e queria ser o Wolverine.

Mira Ira, do Tarancón, me deu uma canção grito, um urro de sonho que permanece, um gesto, uma forma coração, um vento.

Mira Ira é daqueles exemplos, daqueles mundos que nos lembram do moleque que nunca deixei de ser, que nunca quis deixar de ser, me dá o laço que fez ser aquele menino de oito anos, o jovem de vinte e seis e esse maluco de trinta e oito, unidos no querer voar, no mudar o mundo e no ver nas coisas aquele brilho e cor que nunca se sabe, mas se sente e pressente.

Minha sorte é das boas, menos por acumular moedas e mais por acumular gentes, corações, guerras, vidas, rumos, fundos, sonhos, cervejas, vinhos, beijos, amores, camas.

Minha sorte é feita de amores e canções e algo me diz que dessa vontade de não ser só eu, de fazer mundo melhor, de dar risos, de brincar pela vida, criando meus bichos, versos, circos e sonhos. E não, não deixei de ser o egoísta mimado ou virei um anjo de candura, mas sou repleto de contradições que me derretem ao gerar um amor que nem dou conta de sentir.

Um dia escrevi que minha causa é o Homem e no anarquismo do Movimento da Incoerência mineira criei sementes e uma raiz tão forte nessa lembrança que hoje ainda ecoa a dor pelos derrotados, pelos oprimidos, amassados nessa vida, e a poesia de sua libertação. Ainda ecoa  no peito essa paixão pelo devir, pelo mundo livre de opressões, ainda ecoa o desejo de perfeição, de nunca ser o braço que oprime, e garanto que o caminho mais fácil pra mim seria exatamente o inverso.

Um dia escrevi que minha causa era o Homem, e meu pito nunca esqueceu, e o menino,o moleque que trago em meu coração também não. Do meu pai trouxe antes demais anda a imensa teimosia e o coração luso-brasileiro, o ouvido que canta e uma boa dosagem de lirismo, um pouco cínico, é claro.

Um dia a causa, o Homem, tornou-se uma escolha feita por um moleque aos oito anos de idade, ele só cresceu.

Anana ira mira ira nana tupi anana ira anana ira mira ira.


E fim

Me sonho assim: Vestido e velho relendo o que escrevi pra um pasquim
Me sonho qual colibri
E deito pela vida
Rolo a  vida com toadas e sóis
Me sonho todos a nós
Relendo o escrito de uma vida
Respirando direito
Meio avô e meio amor-perfeito
Escrito em ciclos, em mim.

Me sonho,enfim, brincando de velho
Comendo desertos e colibris
Me sonho muitos em mim
Me sonho muitos e fim.

quinta-feira, maio 03, 2012

Mais vivo

Explodo
sou uma explosão
Sou morto por mim mesmo e renasço sol
Renasço pleno de equívocos, besteiras, imaturidades e mortes sanguinolentas Renasço perdendo a vontade de ir, acordando cedo pra chorar
Reclamando da comida
Mordendo a mão de raiva.

Renasço destruindo telefones
Renasço sorrindo pra estranhos
Apaixonando-me por morros
Montanhas e muros pintados.

Acordo em manhãs inauditas
Reparo no alheio, reparo na violência da sutileza
Acordo como quem perde braços e pernas
Acordo e simplesmente noto-me
Noto-me e dói
E passo a seguir adiante, mais velho, mais negro, mais ogro
Mais vivo.

Tudo é inferno Tudo é terno

Meu frenesi é um papo
Um jogo pesado, uma hora, uma besta
Meu coração solto às feras
Controla-se fera
E derrete a cabeça.

Já não aguento quem disse toda essa porra de razão
Calo-me
Canto um fado
Arranho o ódio com a mão.

Rasgue o caderno, me dê vinho
Deixe que eu perca a cabeça
Pois meu sentido de riso
É um passo que me faz ser presa
Dê-me inferno
E em vão
Dê-me um terno.

Meu sem nome é medo
Meu sonho é passado
Meu urro é uma peça
De segundos cravados no jogo do ogro
Que morde a beleza.

Já não aguento quem disse
Toda essa estranha canção
Calças me fodem as partes
Pernas me incitam paixão
Tudo o que trago comigo
É essa maldita cabeça
E tudo que incorro em perigo
É morrer de tarde às terças.

Tudo é inferno
Tudo é terno.



Um afago

Um afago
Apenas um afago
Coxas para por a cabeça em um dormir entregue
Seios para segurar enquanto dorme-se
Leros, palavras doces soltas
Ruas, cidades, largas avenidas de um ser sem proteção
Um jogar-se janela afora da segurança
Um lançar-se como quem implode
Um ser, deixar de ser
Um vulnerabilizar.


Um afago
Um beijo, um cheiro de ser
Um cheiro de meu
Um cheiro de teu
Um liso descer das mãos às pernas
Ao desejo
Um amar de boca e alma aberta.

Assim a janela ouve canções
E se oferece.



Espalhe-me

Arde em mim palavra boa
Amor de mim, de mil, de coxas, moças
Arte em mim, palavra, coisa a toa
Voz de fome, me tome e voa
Imediatar pessoa.

Desejos presos na mão, em mim
Como o Rio, o marco de mim
Haste que invade, que exala o coração
Explodindo em ser, renascer cama e canção.

Trate-me de coisa boa
Espalhe-me pelos muitos modos de amar.

De cruz

É uma cidade
O amor me é cruz
Cruz desenhada no corpo da mulher
Praia de águas e sóis cristalinos
Deserto de água doce
Copo de água salgada
Cidade farol de vida.

Cores pintadas na mão do vendedor
Água gelada, seios no elevador
Corpo de meninas, saias, perninhas
Olhares de rapina
Nomes e fomes de toda cor
Coração batendo de cruz.

Minha arte

Minha arte é minha parte de paz
É mentira, é canção demais
É um parto, um ato, um sentido, um marco
Um rir, um morrir, um ir lá, ir no bar.

Minha arte me nega demais
Me renega e esfrega demais
E no barco, no espasmo, no riso, no arco
Da Lapa me ir é, sei lá, ser um mar.

E se faço de mim esse verso
Vai ver que é por minha vida ser um eterno não ser
E a razão dentro aqui ser mentira ou mais
É porque sou um triste ou alegre demais.

E minha arte é assim toda em paz
E me tira do eixo da paz
Só pra ver-me calor, ver-me amor, ver-me imenso
Ver-me inútil, sem viço, infame
Minha arte é assim por ser ela
Sem mais.


Cores

Quero um amor verde
Nesse mundo azul
Uma fome sépia
Um palavrar cinzento
Um vento e nuvem cálidos e brancos
Um olhar tão pardo
Um segundo azul.

Cores e vozes me são formas válidas de invenção.

Artes são tão negras
Artes são tão sonho
Artes são tão claras
Vermelhas, ungüento
Artes são palavras
Artes são tão rosa
Artes são tão mundo
Artes são azul.

Cores são letras sem mãos embriagadas nas peles, no chão.



E a rua não finge me amar

Meu riso de ser confunde, confuso
A fome, o corpo de ti, mulher
Como quem me tem em disparada
Num alvo a derreter.

Como teu nome se torna de outro ser?
Não vejo-me em mim
Dói a dor do sono
Deslumbro um desmorrer.

Há tanto você que arde além de mim
E tudo é você
Desorienta
E a lua não morre no mar.

Espero aprender o corte profundo
De não viver em paz
Abrir meus milhos, meus mundos e fundos
Amar você e mais
Ver tantas flores que às coisas se façam ser
Partes de mundo em mim
E acordo e o sono me angustia o ver.

Há tanto você que o amor derrete um fim
Há fins em você
Desorienta
E a rua não finge me amar.


Anseio

Anseio.


Anseio como quem morre, como quem fareja a fome, como quem precisa incendiar-se.

Anseio.

Anseio e busco e me perco, e mordo, e fujo,e  choro, e rio, e me embebedo.


Anseio.

Preciso, urge o peito, urge a fome de ver, sentir, cheirar, lamber, morrer.

E o grito, o urro quando vê, o grito, o medo quando lê, o gesto, a ida sem, a ida a sós, e mais nada.

E chora-se.

E morde-se, e vai-se pelas ruas, e olha o outro,pega o outor, toca o outro.

E morre-se, e vive-se.

Anseio.

quarta-feira, maio 02, 2012

Extremo Sul

Um segundo, um som, um afã
Uma hora que toma-me as amarras
E o ardor que envolve-nos é a cruz, são velas
Os olhos são os fogos que substituem as praias
Pelo ser entre as bocas e pernas.

E Deus, feito à sua espreita, feito nas águas
Se faz ente de lua estreita
De cor vermelha, estrela
Redundando na coisa bela.

Ao amor, o terno
À paz, o inferno
Entre os dandis e o eterno, há sins, há ventos
Há escadas que nos colorem
Há trens.

Ruas e vermes, quadrados, velas
Uma fome de alguém
Uma espada
E somos velhas donzelas, vis, amargas
Pelas esparsas vagas, vagalhões que em cheio se fazem vento
Costurando céus e guardados dons que vi
Pelas dúvidas agoniadas e cinzas que se repetem nas agruras da percepção impossível
Que em mim à frente engolem volumosas canções e vinhos
E à mão, à rua as luzes despem-se insuspeitadas
Nas asas nuas que corrompem medos e sentidos
Cospem nuvens ardentes
E fazem-se mar
Fazem-se mil pistas
Como se ruas, mulheres nuas e ondas
Fossem soluções despidas, velhas Atlântidas.

E a dois as vozes
Conduzem bipedes
Reduzem-se a um som contorcido e renegado a um delírio sem dublê
E urgem serem talhados na imensidão do alguém
Arrastam-se ínfimos, destroem-se, renascem bem.

É assim o claro e bom delírio
O sol ao sul é assim um sentido, um rasgo,
Somos nós assim o extremo sul.