quinta-feira, dezembro 29, 2005

Feliz Ano novo

" Traz o sol
Que eu abro um sorriso
Leva um som
Que eu canto contigo até
Até quando amanhecer
Ou até
quando quiser
Essa noite é só prazer e Luz"

Prazer e Luz, Luciana Mello

quarta-feira, dezembro 28, 2005

Brincadeira

No ar um cheiro véu
Sobe em notas feitas de outro mim
Sob um segundo
Sob um giz
Nasce outro ser
E renova as manhãs
Que sãs ou não
Tornam-se nada
E reluzem loucas como se espadas
Buscam-se entre roupas
E lareiras
Árvores
Mantiqueiras
Na vã
Ou não
Loucura alada
Que permita-me uma estada
Nesta incerteza ao sol
Que veste-me de bandeiras
Que rasgo de brincadeira.

Nascer

Nascer
Sentindo os pingos da chuva
Desvanecer-se no tempo
Sorrir como se fosse um dia
A pensar em casas
E ver o tempo imenso
Ser mar
E indo ao vento na proa
Ser talvez qualquer pessoa
E descobrir novas ruas.

Ser, viver, renascer
Ser cada segundo
Ser intenso ato gesto
Ser canção ou rastro de um confesso
Novo luar que há no mar
Que parece teus olhos
Eu intenso desejo
Me torno desejo
Simples, sem jeito
De ser assim como um dia.

Na paz
Ou numa guerra confusa
A toa
Ou indo apenas pessoa
Nascer é rumo sem rua
É ver até o mundo vão
É razão que quase é um gesto
É lição do ar no respirar o sonho
Não quero ser Drummond não
Apenas respirar o vento
E perceber o dia como ele vem.

Música

Música
Nos desfaz, espanta em luz
Nos descansa, cansa
Cruz
Nos refaz manhãs
Nos transforma
E reluz por vezes esperanças
Ou o sul de alguma dança
Pois há manhãs
E existe luz.

Bem um som clareira comigo
Outro abre-me portas de destinos
E vêm cidades, ruas e você
Talvez venham sentidos
Uma cor que exista até sem amanhecer
Sem esperança ou fé
Apenas o bailar do ser
No som que envoca a volta da luz.

Suas próprias asas

Em tempo muito mais que em vento
Eu me sussuro sentidos
Desgosto solto o ar que respiro e me inspiro cuidados
Revejo todo o mar que há dentro
E me resolvo sorrisos
Retorno a me sentir aflito
E me aguardo em passos
Mas isso é um segundo de vida
Em meu momento e meu ritmo
Vivendo na entresafra dos sentidos
Deixando algumas coisas de lado
Olhando às vezes dentro do peito
Enquanto choro ou rio
Deixando-me solto, menino
Do jeito que ventar o destino
Ou os passos.

Sendo amor
Sendo dor
Sendo apenas alma
Sem ardor ou com ardor
Só não quero é a calma.

Porque a calma de meus intentos
Talvez esconda meus brilhos
A fúria com que vou à vida
Sem sentidos culpados
Sem medo dos momentos sem rosas
Ou dos desejos rompidos
Só indo vendo por vezes destinos e por vezes obstáculos.

E tudo isso pra mim é vida
Mesmo doendo
Mesmo rindo
Nascer a cada dia é tempo de viver-se avoado
Escrevendo ou resolvendo me aventurar sem destino
Por amor, por dor
Por passos.

Sem amor, com amor
Toda vida é mágica
Sendo a cor do rancor
Ou sendo só suas próprias asas.

segunda-feira, dezembro 26, 2005

Às Musas

Eu queria escrever como nunca, saber o estilo seguro dos invernos e entender as variações de tempo nenhum. Eu queria entender a morte como mais que um fatídico momento de transformação. Eu queria saber cada segundo da vida como mais que o bater de um coração desvairado, como mais que um denavear solto no céu.

Queria sentir o cheiro das ruas mais perto de meu corpo, ouvir a voz de cada pessoa e conhecer mais que sua máscara, queria por-me nú, em escrita, como se meu segundo de vida dependesse disto.

Escrevo no entanto o grito que calo no peito, o grito de amor ou de raiva, a dor de não sentir ou o segundo alheio a mim. Grito constantemente a vontade de viver o novo e a busca do mesmo. Grito as surpresas que os dias me dão, busco-as, busco-as como se a sede dos ventos me penetrasse.

Escrevo por sentir o dedo ser a matéria da criação divina, parte de um Deus brincalhão que me deu a alegria de poder rir, mesmo quando triste, eu um quase palhaço, um clown desvairado de Shakespeare.

E nestes caminhos que me enlaço, como a seguir a linda mulher que hoje é Ana, persigo o constante abraço das musas, e persigo-as com a sanha dos assassinos, pois é delas o meu perfeito sentido de explosão.

E a escrever me deixo inteiro como a parir um ser escondido de todos, como a me entregar constante à definitiva noite onde meus olhos avançarão sobre o que nos é escondido pelo medo.

A escrever adoto meu real nome e sei que Deus e Deusa se abraçam, imitando o que em meu sonho desejo, o amor que tudo queima e a tudo transforma.

Buscando Eros e Ágape, sigo em frente, entre as letras que cedo aprendi e que me apreendem a lançar meu ser nos espaços de bocas alheias.

Sobre o Tempo

O tempo é um mistério pra mim, um total mistério.

Aliás o tempo e a solidão para alguém ansioso como eu são dois inimigos fundamentais, primários. Enfrentá-los com total consciência, administrá-los, é mais que um desafio, é a mais importante decisão e luta a ser travada.

Cada minuto me parece uma eternidade quanto em desequilíbrio, pois traz em mim a sensação de aumento de distância para com aquilo que busco, seja o carinho de quem gosto, a leitura que quero, o abraçod e um amigo, uma viagem, qualquer coisa que considero importante. Talvez pelo excesso de imaginação e criação constante, o tempo torna-se um adversário quando saio do plano ideal e vou pra vida. Pois o tempo não respeita a imaginação e planos, respeita a noção perfeita da realidade e o aproveitamento dele como fundamental. Aproveitar o tempo jamais foi antecipar-s ea ele, mas conviver com seu fluxo, viver nele como num rio. Taí uma lição que jamais aprendi.

Sempre combati a ansiedade com ação, por isso muitas vezes preferi trabalhos que me soltassem as asas criativas ou me pusessem para agir, para ir pra rua, para me mexer, pois o tempo passa sob trabalho.

Porém quando se mexe com algo cuja ação é dependente de superação de distância e outros problemas a coisa pega. Quando se deve esperar, respirar e sacar as mudanças da vida, que tudo depende de mil outras coisas fico à mercê do tempo e minha criação avança sobre a realidade, nunca a superando, mas criando monstros que machucam antes da superação.

Essa ansiedade, clínica até, pode ser até o resultado de uma vida inteira sem maiores combates a ela, uma vida onde a responsabilidade ficasse alheia à cada ação minha.Mas antes de mais nada é resultado não só da incompreensão da finitude, como de sua não aceitação. Assim busca-se a vida com a compulsividade dos famintos.É o velho papo de abraçar o mundo com as pernas. Nunca dá certo.

E o tempo nisso? O tempo fica de platéia olhando o rato preso no circulo, achando que algo faz, quando no máximo simula uma ação transformadora.

Transformar-se é aceitar o tempo, é usá-lo não só para gastá-lo, como esteira de desejos acelerados, mas como professor, saber sentir, saber comer, saber beijar, saber esperar. VEr que no fim das contas a estratégia é a única forma de organizçaão necessária.Estratégia não só é um amontoado de planos, é antes de mais nada a percepção do real e a escolha das ações a serem tomadas, muitas vezes de não ações a serem tomadas.

Esperar e ver o vento bater nas folhas, sentir a chuva no corpo e ir caminhando. Liberdade é também perder, liberdade é também não fazer e mais ainda é ver que o brilho de nossos olhos é filho do tempo e não seu escravo.

Fragilidades - pequeno comentário informal

Fragilidades são um saco.

Qualquer um que esteja por aí andando sente um dia ou outro o desejo incompreensível de ficar na cama. O chato disso tudo é que o tempo não pára e o mundo não dá afago e nem traz chocolate quente, não por ser cruel, mas por não ter muito tempo a perder.

E neste ponto as fragilidades que trazemos são um saco, perfeitamente compreensíveis, mas ums aco. Porque nos pegam nos dias em que a mistura de ansiedades, falta de sono, medos, vontade do Flu ser campeão e um pouco menos de grana, dão às caras. A merda é quando isso atrapalha mais que teu dia.

Neste ponto também existe a exigência do mundo para nós de força suprema, de resistência fora do comum, nós " a grande e forte raça dos homens e mulheres adultos", uma exigência entronizada e mãe maior de nossas neuras e dores.

A gente passa pelo mundo qu enem burro de carga e pega qualquer dose de felicidade como se fosse a cachaça mais gostosa já criada, pena que isso dá ressaca, porque com a dose vem o vício e como vício a ansiedade. Nada melhor para estragar um amor do que medo, nada melhor que estragar um belo fim de semana do que o desejo de comê-lo como quem come um último prato de comida.

E daí porque minha ranzizisse manda que as fragilidades são um saco.

Porque cada momento da vida em que a gente escorrega é ou pelo menos pode ser, a única chance. O lance é desencanar disso e fazer dos dias um belo exemplar de esforço e foda-se bem dado. Largar mão da antecipação dos fatos, da história, dar-se ao tempo e ir, se der deu, se não dernão deu.

Ser frágil faz parte, mas larga mão de encanar com isso tudo, pega este lado mala e ficapianinho no dia, não fala com ninguém mais a fundo, chama aquele ou aquela amiga do peito (Aquela galera mais paciente que atura você e não sabe explicar como), toma umas, chora e vai dormir pra enfrentar o dia seguinte conforme o figurino que você trace. Digo isto porque essa exigência deve ser tua, para que sua vida se equilibre e não do mundo, o mundo que se dane.

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A razão do escrito acima é um pouco minha imensa dificuldade em lidar com sentimento. Uns sentem-se apertados por ele e escapam, outros, se dão de um jeito que fazem quem recebe devolver porque vem melado. Este último é meu caso.

Não sei se deu pra notar, mas ando apaixonado. Isso é legal, me dá um gás extra - maneiro para viver, mas tem o lado ruim, como tudo, de me tornar uma besta assassina de sacos.

O problema é que ao mesmo tempo em que a intensidade me é legal, curto ela, ela me tra za ansiedade de ver, beijar, cuidas, fazer rir, o ser que me encanta. E nem sempre isso é possível porque o outro lado pode ter um dia de cão, estar sme saco para ouvir tua voz, qualquer voz ou simplesmente estar repensando a vida, inclusive se você pode ou não participar dela. E aí, chora-se? Acho que não. Pega-se humildemente a vida e toca-se o barco, insistentemente e fluidamente, busca-se reconquistar o que se afasta e se não der lamenta-se um pouco e parte-se pra vida.

A atitude de comer o prato com fome, compulsivamente e ansiosamente, afasta a todos, até seu equilíbiro, porque além de encher o saco e assustar, causa uma doentia rede de relações que no fundo nada ajudam. Amor é cura, não doença, é sentir bem, com ou sem distância e não trazer a doença para seus amigos e inimigos.

A ansiedade me faz frágil porque desvia minha atenção da vida diária, essa vidinha sacana mesmo, que eu adoro, para uma idéia não realziada e impossível de ser realizada, porque não humana, irreal. E a fragilidade torna-se um saco até o momento em que se percebe-a como parte tua e parte a ser resolvida.

A melhor terapia pra mim é deixar doer, é deixar tudo sair pelos dedos, letras e choros, é sentir a dor, a vergonha das atitudes, o desejo de fugir, tudo isso, de uma vez só, sentir plenamente tudo isso e perceber que em alguns casos sua força é apenas uma pálida máscara que esocnde que há muita coisa a ser mudada, que há muita coisa a ser aprendida e apreendida.Por isso continuo, indo em frente, percebendo gente mais forte que eu por aí e percebendo que só aguentoos trancos porque sou capaz de me reinventar. E reinvenção é compreensão, amor e autocrítica.

Algumas vezes socialistas pensam.

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Teu

Desejo-te sentir
Imenso em amor
Mar de tempos presentes
Desejo-te enfim no tempo do meu ser
Ansiando pelo ar que surpreende
E entregue então assim
Descubro-me sem tempo
Imerso neste amar que hoje fez
De meus dias pleno sentimento
E me dá o sabor da tua tez.

Te quero apenas ver
Tocar, amar, fluir
Intenso, presente
Te quero sem fugir
Do medo de não ser
O sonho que dá cor à teu presente
Por isso vou-me a rir
Na trilha que acesa
Me inventa novo mundo em uma clareza
Feita sem palavras
Feita do amor meu
Que intenso faz meu ser
Todo encantado
Entregue
Teu.

Ser ( Pra variar p/ Nana)

Ser viver nascer
Ser crescer e ser luz
Rebrilhar voltar
Retornar a ser luz
Ser inteira verdade imersa em próprio olhar
Ser notar o mar e descabelar
O linho o nome o sonho o leme
A velha imensa maré
Ser e respirar vida inteira
Ser noite.


Ser o vento céu
Ser imenso de um
Ser o bom notar
De ser muito mais um
Belas letras entre meus alhos e cordas vãs
Misturar temperos de sonho e de chão
É viver canção
E nascer-se canção
Ou talvez voar na própria invenção
Ser é ser estrela vivento de águamar
Ser é somaramor e somaramar.

Me jogo no tempo no lume do vento
No eterno remisturar fé
Tranço almas caídas no verso das noites.

Ser, Re-Ser
Ter fé
Ser apenas feliz
É saber que o ar, o amar
Querem você feliz
Ser feliz é a coisa muita de tanta então
Sendo muita estranha flor de paixão.


Ser a própria roupa a própria mão
Ser a coisa que endoida a velha razão
Ser o rio a mata e o que quer-se ir
Pelo ar pelo ser pelo sentir.

Luzindo incerto sentindo mulata morena amarela
Mulher
Luzir-se luar e coisas feitas nomes.

Ser é ser planeta menino Rio
Ser é ser Mulher amada trançada no cio
Ser é ser esta estrela de força e de calor
E viver coisa tanta que é amor.

Sentindo no peito o sonho repleto
De linhas e letras e fé
Deixo-me ir na vida
Danem-se mistérios.

Pássaro

Em manhãs como essa, quando se estabelece o vôo da alma e do corpo para dias e dias de navegação, sinto-me como um pássaro.

Vôo sem sentido ou transparente razão para meus mundos de aventura. Sinto-me Pedrinho do Sítio antigo, meninão a andarilhar no mundo meu.

E escrevo, escrevo tudo o que sonho, sinto e tenho,pois escrever é como ser, inteiro teor.

Tudo o que faço, sinto e vivo é repleto da poesia que invento, é repleto do sonho que tenho, pois antes de mais nada sou poeta e nada além disso. O político, o funcionário,o designer, o vendedor, todos eles são subprodutos de um poeta em plena voz e gosto, em sabor e inteireza.A poesia é o que me liberta das âncoras que os dias trazem, dos medos, das amarras voláteis, pois a poesia é minha forma de falar com Deus. A poesia é o retrato de minha alma completa que deixo ao mundo.

Se boa ou ruim, não me importa, ela é a voz que demonstra o menino que em mim cabe e cresce, devagar, sob a capa de um adulto invasor de um mundo meu, completo, meu Playground, minha vida.

E esta poesia é entregue a quem amo e reconheço como dádiva, como presentes de um Deus solto no mundo e explosivo, quente como o sol.

Minhas poesia é feita de cada passo que dei e do que sinto, em dias e noites, dores e amores, mas é minha essência solta no vento.

Hoje sou viagem, e isto me faz pássaro, preciso voar.

Poesia ( p/ Nana)

Poesia é bom negócio
Pra se dar pra namorada.

Poesia é um momento
Que gente se faz alvorada
E em paz, em Deus
Se encontra com a alma.

Poesia é minha fala
Poesia é minha calma
Minha calma é meu amor
Em paz
Em Deus
Minha calma é meu fervor.

Este fervor pela vida
É a própria poesia
Me trazendo seu calor
Em paz
Em Deus
Me fazendo teu calor.

Fessora ( P/ Nana)

Eu queria em esperanto
Divagar estrelas com o mesmo ardor
Do santo alto, barbudo e Límpido
Que sai do Andor.

Eu queria em encantos
Relatar a essência da professora de amor
Num jeito claro, maluco e sábio
Sem temor.

Quero ser a linda louca
Noite de qualquer luar
Viajando natural
Indo até onde o sol há.

Eu queria só em encanto
Saber não fazer e fazer o que sou
Num jeito alto, barbudo e impávido
Sem santo nem ato nenhum de torpor
Abraçado em claros amores deitados
No teu colo feito de um bom sabor
Delirado em partos, dores, esculachos
Mas muito encantado com o teu amor.

Pretexto (P/ Nana)

Belezas se fazem de danças
Se fazem de almas
E tornam-se normas e manhas
Certezas calam esperanças e tornam amarga
Cada hora que se espanta
Prefiro então ser voz
Ser alterada voz altaneira
Ou brilho que cega
Mas que se deixa viver
Belezas trançam certezas ao bem viver
Mas não engessam o riso senil do avô
E não despejam cacos de vidro de dor
No que se vê e supreende por até ser amor
Talvez canção ou ritmo bão.

Melhor do que ver o norte, do que ser o norte
É perceber os olhos da Ovelha
Melhor do que ouvir música, do que ser platéia
É ser a espada que se move
Diante dos inimigos e dos inexatos sentidos de outrora
Teus olhos me tornam um menino a sonhar
E que ainda faz careta e põe-se a cantar
E divertir-se e sentir o imenso sabor
Destas mil cores presentes no sonho e calor
De tua alma que brilha em sentidos e dor
E faz meu canto ser só pretexto de dizer amor.

Amemos ( P/ Nana)

Cantar amor, rir
Buscar canção
Ser, nascer
Pode não ser muito bem assim
Mas como é só
Só se viver, ser calor
Dar, acordar, ser bem melhor.

Faço de rir, rir
Faço de bom o espaço
Cada segundo, ato, cada pedaço
Cada sentir
Sentir amor é bom
Bom de se ver
Ser assim
Como simples canção.

Façamos rir vir
Sejamos horizontes
Sejamos mais qu einstantes
Sejamos antes
Sejamos sins
Sins são sabor
São nãos
Nãos são o sabor do sim
Quand crescer é a questão
Amemos por coração.

Só alma (P/Nana)

Gravatas em riste
Caladas em mim de outra boca
Estrada sem mão
Ato em paz
Paz é cega luta louca
Chute nos culhões
Voz de fé numa fé que não tem dó
Dó de dizer sim
Pra qualquer caboclo que se faça mor
Troço que em desejo traduz-se
Como pura rebeldia
Nunca em palavras.


Tudo tempo e bem
Nunca vem todo o vento que se tem
Quando há na palavra a parábola solta de um mim
Que dentro do sim se faz luz
E quando dá, dá-se à outra alma em cores que nutrem ilusões
E se matam em chão numa realidade que destina
Amores e almas.

E o que é o amor,
Se é amor,
Senão luz e cruz e sol?
E cruz e sol como nós
Como sós em falas e sal
Dentro deste sal
Que se muda pra norte de outro só
Só estou romântico pelo destino alinhavador
Que faz de mim muito mais que guerreiro de cidades frias
Nestas paradas.

E afins de sins
Pela luz do que sei ou não de mais
E de mais a mais na estrada se vê um mar de cor
E de cor em cor somos nós dois imensos corações
Explodindo assim como força imensa de Logun
Fico pelo fim do imenso milagre que faz dias
Serem minh'alma
Serem tu'alma
Serem noss'alma
Serem só alma.

quarta-feira, dezembro 21, 2005

Sistemas

É interessante notar que na maioria das vezes em que liberais colocam-se à disposição para debates com socialistas ou a esquerda em geral, há sempre o argumento infalível do fracaso da experiência socialista, além de um apelo à razão constante, a necessidade de alteração das idéias e a antiguidade das mesmas.

Até aí tudo bem, faz parte de qualquer debate a busca de convencimento e a colocação da práxis de cada ideologia na ponta dos cascos para que pela argumentação (Fatalmente confundida com conjunto de dados lançados sobr eo rosto do "oponente") se "converta" o "infiel".

O problema geral é que se coloca sempre como sistema fim um sistema que partiu da premissa socialista, porém existindo controvérsias se aquela experiência pode ser assim chamada ou não. Claro que estou falando da URSS.

A URSS ao mesmo tempo que avançou em relação ao capitalismo ter como paradigma a distribuição de renda e a base de manutenção da população em um nível de dignidade totalmente superior à média capitalista, também construiu-se como um elemento de distorção do socialismo sob o ponto de vista político, o de libertação da população e da destruição da divisão em classes. Ou seja, a experiência foi parcialmente socialista pelo fato de buscar diminuir a distância entre classes, porém falhou ao tornar-se socialista totalmente ao não superar a divisão de classes capitalista e também por não considerar liberdade e horizontalização como valor universaç para a construção de um estado completamente diferente do estado capitalista.

Assim, a meu ver, a URSS foi uma experiência interessante sob o ponto de vista do avanço das forças socialistas, porém não realizou-se enqaunto socialismo pleno, não superou o capitalismo e ainda construiu umconceito de capitalismo de Estado, sendo este fechado e permitindo atrocidades em nome da "Revolução".

Não quero dizer aqui que um grupo de países socialistas plenos em meio a um mar de capitalistas soltos em volta seria bem sucedida automaticamente, provavelmente seriam países destroçados pela máquina azeitada de destruição nossa velha conhecida, em mãos dos burgueses.Mas tampouco acredito que a experiência Soviética tenha sido plenamente socialista, até por conta do desvio burocratizante de Stálin.

Mas porque coloco isso acima? Por conta do interessante diálogo entre defensores da superação de um sistema e dos defensores do sistema, tendo estes últimos o mal hábito de colocar a experiência soviética como O socialismo, tendo este mais desdobramentos que pernas de polvo.

Além disso partem da premissa de um sistema completo em comparação com um sistema cuja única experiência, por mim nem socialista, que durou diversos anos polarizando com potências capitalistas e daí tiam as conclusões da inevitabilidade do socialismo, além de esquecerem o nível político, predendo-se ao lado jurídico-econômico, esquecendo-se da vinculação direta entre o político e estas áreas.

Assim o rame rame teoricista é jogado de um lado para outro comos e fosse verdade absoluta, ditada por Deus, quando é no máximo a descrição de uma forma de visão dentro de uma realidade de um sistema povoado de contradições e falhas, apesar de existente há mais de duzentos anos.

Partem da teoria balizadora do dia a dia sem notar o reusltado do sistema andando para todos os lados, o maior responsável por sua falha, por sua inviabilidade, uns tais de seres humanos.

E como contraponto prefiro caminhar por uma trilha diferente, uma trilha não teórica, mas prática: É impossível um sistema que cntém em seu cerne a divisão e a divergência, ser mais que um sistema moedor de carne, é impossível que qualquer sistema busque a liberdade restringindo a posse de bens ou terra, por exemplo. É totalmente impossível um sistema ser mais que um câncer para o mundo e as pessoas existindo a ausência da liberdade de viver na maior parte do Globo.

Poderi partir de premissas marxistas, de lógicas marcusianas,etc.. Mas a simples observação obriga-me a constatar, com sentimento e tudo, que um sistema que permite que o vizinho do lado morra de fome por ele, em seu imens azar, ser um estofador e não um progamador da Microsoft, não pdoe ser um sistema onde o Ser Humano seja realmente livre e se desenvolva plenamente.

Como neg a URSS socialista, nego o Capitalismo destruidor de almas. Nego por saber que por melhor que seja a teoria, ela é inútil perante a realidade.

E o que a realidade mostra é bem mais uma tragédia do que um manual econômico.

Mundos

Mundos sonhem
Mundos mudem
Ou enfrentem o cão
Feito pranto, pau de enxada
Simplesmente canção
Ou um tanto
Murro longo
Murro cego
Feito intensa razão
Sem sorrisos
Sem a pretensa
Linda educação dos sem olhos
Pois meu mundo é presente
Cada dia ou não
É um grito estridente
Que te invento sem mãos
Mãos nos cornos
Nos teus cornos
Que se calam enquanto choro
Vendo dores dos que morrem
Tendo aos dedos, às mãos
Fome inteira que os tornam
Meras formas de oração
Sem encanto.

Danem-se mundos afins
Que permitem ouro e sol
E mortes aqui ou feitas daqui
Como dores , como um show
De horrores sem sim
Como um fim sem razão
Só para dourar a vida sem ar
De um Deus Capenga feito de peles de cão.

Batucada *Para Nana de Novo

A batucada é uma lida
Uma maneira de ver, a cada toque das mãos
Um ritmo a saber
Sentindo o corpo embalado
Num toque de felicidade
Respirando tons altos
Soltando o ar com gravidade
Tão digna
Que inspira os dedos cansados
A terem sonhos e sorrir
Com o largo som tão certeiro
Que parecem gentes a pulsar
Como se fosse tudo um bloco
Um bloco de vida sambar.

Vem, vem sambar neste bloco
De vida a vida
De rir
De ser qualquer zé mané
Na fé
De um surdo pleno, gentil.

Nos hojes
Destas estranhas batalhas
Destes jogos jogados sem ter medalhas
Samba me faz ousar
Ser atoE tom de tons a se louvar
Na vida que faz-me alerta
Pro feliz mundo que há.

Diz aí porque não sonhar
Se esse samba me faz batucar canção
Porque não sonhar
Se a vida é inteira sambar
Porque não ousar
Ser um bloco formado por mundos (mundo é Deus)
Porque não voar
Se o mundo só ouve nosso cantar?

terça-feira, dezembro 20, 2005

Flor ( para Nana)

Flor que se fora nos ventos das horas
Passos, antepassos
Dados com as mãos
Postas, superpostas entre almas e vidas
Vidas que se tocam pelo fervor insão.

Coisas que se fazem como que orquestra
Lutas que se transformam na vida que segue
E se faz de horas, invenções e lidas
Suor de uma lida feita de emoção
E da arte que inventa novos futuros
Vendo bem mais longe que a imensidão
Acreditando tortamente no que se quis
Sendo bem mais homem, mulher, voz, irmãos.

Salve o santo nome da voz dessa gente
que se faz de coisas maiores que a fé
que transformam mundos, almas, forças, vidas
Que fazem da vida extrema explosão
Calemos nossos medos
E joguemos de novo
Sejamos apenas isso, eternidade em pessoa
Ignoremos esperanças e o próprio tempo
Façamo-nos nascer a cada nova flor.

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Nana

Nana lua verde
Nana canto, encanto
Trago, traga verso
Ou o mar cinzento
Nana luz e esquina
Nana lua e palha
Nana rosto em rosto
Canto, carga, azul
Palha de um santo em tons
Canto estranho sem direção.

Nana voz que brinda
Brinda, brinde, calma
Calma, estrondo, verso
bomba, asas, vento
Nana que faz trilhas
E não deixa marcas
Marca o peito intenso
O rebento nú
Nana sem segredos e tons
Mistérios sem direção.

Nana luar
Nana coisa que coisa guarda
Nana cala
Nana lua e tom de espadas
Lua lunar
Lua nana de brilho e fala
Liberada de libertária
Libertando ou não quem valha
Do seu canto tornara.

Nana brilhar
Nana rua que desembaraça
Embaraça
Quem na rua não rua fala
Nana cantar
Nana arte de tudo em palha
Plaha livre de outras falhas
Falhas lindas e falas marcas
Verbos seus
Ninguém tasca.

sábado, dezembro 17, 2005

Politicas, pesquisas e otras cositas más

Politicas, pesquisas e otras cositas más

A última pesquisa do Ibope apontou o crescimento da candidatura de José Serra, que pela primeira vez supera o Presidente Lula. Apesar de existir sempre em cada pesquisa um quê de manipulação, ou vários quês, esta coloca claramente que o resultado da política pela qual o Presidente e o PT optaram começa a ser questionada.

Não há motivo algum para felicidade. O Governo do PT foi o principal responsável pela surra que toda esquerda levou, pela diminuição do papel dos movimentos sociais no quadro político atual. O governo foi uma rolha que por um lado distribuia migalhas à sua base enquanto mantinha a política de subserviência ao capital do governo anterior, mas como ainda é rotulado como um governo de Esquerda, leva aos demais partidos e grupos de esquerda a terem sobre si a mesma imagem que a mídia e a direita organizada querem imputar ao Governo.

Serra cresce pela hipocrisia de uma mídia que não informa que o PSDB e PFL estão também envolvidos no escândalo do Mensalão, que no governo anterior as taxa de juros chegaram a 30% e que a atual política econômica é a mesma a ser tocada em um eventual Governo Serra.A Mídia não informa que Serra na Prefeitura trata problemas sociais a la Washington Luis, no pau e que o PSDB hoje é um partido que enxerga no mercado a única saída para um país onde o mercado é o maior responsável pela construção abismos cada vez maiores entre as classes, reduzindo cada vez mais os direitos dos trabalhadores em nome do aumento absurdo do lucro de Bancos, de Indústria Farmacêutica, que busca lucro em medicamentos cada vez mais caros e reluta em permitir que doentes graves tenham medicamentos mais baratos, de Indústria de Alimentos que utilizam trangênicos sem aviso aos que consomem e trata trabalhadores como escravos, de Indústria de Águas Minerais que secam fontes com superexploração e compram governos e cidades.

Serra cresce para a alegria de uma Burguesia que não se contenta apenas com a manutenção da destruição de nosso país e nosso povo, ela quer que quem conduza o extermínio da população seja um membro desta classe.Cooptados como Lula são invasores. Até porque para esta elite povo é aquela gente que não come e vive perturbando pedindo dinheiro ou os desocupados que fazem greve e atrapalham o trânsito, gente que invade casas ao invés de trabalhar para comprar uma,etc..

Mas Serra é um dos assuntos a serem tratados aqui, nascido da pesquisa Ibope. Outro assunto interessante é que a mídia ignora qualquer candidato que não seja ligado à estas mesmas elites ou esteja no poder atualmente. Aécio Neves foi incluído na pesquisa e estava em empate técnico com Heloísa Helena, mas na simulação do segundo turno a senadora não foi incluída. Porque?

Será porque sendo membro de um partido minúsculo ela tem percentual demais e pode ser amanhã uma ameaça? Ou porque todas as alternativas passadas para a população devem ter, fatalmente, a mesma idéia de condução de país, ou uma diferença mínima?

Não considero a alternativa Heloísa Helena como ideal, inclusive possuo diversas críticas à sua atuação, porém é necessário denunciar o trabalho da mídia tanto na ocultação de fatos, como na construção de uma realidade onde os discípulos do Deus Mercado são ícones e os demais ou ignorados ou tratados como relíquias de tempos passados. É a maldita ditadura do pensamento único.

Estas conjecturas em um quadro que coloca o PT como o inventor da corrupção e que faz com que qualquer opção alternativa ao rame rame liberal atual seja visto como ameaça e tem para si o silêncio, são feitas como uma análise pura e simples d euma mídia que hoje é a única escola da maioria da população.


Nem podemos reclamar tanto, afinal nossa mídia é um pouco mais discreta do que a Venezuelana, que trata Chávez com ditador enquanto apoia golpes de Estado, e é "Democrática". Vê-se isso quando se assiste a uma matéria sobre o Iraque e ela diz como melhorou a vida de lá, afinal eles até podem votar. Votar só, não! Votar, receber bombas na cabeça, passar fome e falta de remédio e ter um exército estrangeiro ocupando seu país. Isso é que é democracia!



Já na Venezuela é um inferno, pois lá tem um ditador que passou por três eleições e democratas golpistas que denunciam esta barbaridade na mídia.

Mas tudo ficará Bem, Serra será nosso presidente e não existirá mais esta raça da esquerda no Governo e Retirantes que ousaram ser presidentes. Esses retirantes até governam do jeito que a elite gosta, mas é umm questão de Classe ser presidente. Isso é o que a mídia acha.

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Mayakovsky nas manhãs

Hoje eu escreveria sobre política. Escreveria sobre a intensa incapacidade nossa, humana, de buscarmos o equilíbrio, de sairmos do egoísmo comum e da estagnação das cavernas que nos impomos.

Hoje eu escreveria sobre mundos, Bush, doenças sem cura e sem tratamento, ausência de política públicas que dêem dignidade aos povos, sobre a necessidade de revolução.

Hoje eu buscaria até desenvolver uma tese de organização social que seja realmente socialista que inclua toda a população no processo produtivo, no processo decisório, escreveria sobre coletivização, sobre a necessidade urgente de nos responsabilizarmos diretamente por nós e pelo mundo.

Porém li Mayakovsky, adaptado por Caetano.

Li Mayakovsky e entendi que este quem escreve friamente, com análises razoavelmente sãs, com intensões filosóficas, não sou eu, é um fantasma, um ego social, interessante, porém longínquo, mascarado.

Li O amor, li e senti o pulso de uma vida que tenho em mim, menina, inteira, boa.

Senti a força de meu sentimento, de um coração que explode em si mesmo de intensidade e sobrevivência, um coração que quer o mundo como um lar, uma sala onde os homens comunguem a liberdade. Um coração alheio ao sentido de vírgulas, organizações, teses, leis, um coração que é por si só, vida.

Li O amor e percebi a finitude, a implausibilidade de qualquer medo, de qualquer plano.Senti o amor como um soco, um todo inteiro sentido de distribuição de alma, amor por tudo, por todos, por uma mulher, um gato, um som, o sol.

Sonhei enfim com meu ser livre de minhas próprias amarras e máscaras, de medos inúteis e de formas enlouquecidas de planos e existências que nos tornem escravos, mortos-vivos a desfilar por aí.

Amei enfim e me senti pleno.

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Você

Meninos roubam das bancas
Revistas de masturbar
Você sorri como um bardo
E faz a vida levitar.

Nas praias vivas, sem cais
Ventos desmontam barracas
E você quase como um rio
Corta minha terra e meu cio.

Você me espanta a beleza
Me desmonta acesas as janelas
Versos, métricas
Como uma espada em uso
Como uma chama que ateia
Ardor em cada olhar.

Não sou herói, nem janota
Mas costumo bater na porta
Me deixa entrar?
Te trago só meu sorriso
E um segundo que verseja
A explosão do gostar.

Não busco ser futuro
Nem tampouco ser novo
Busco só voar
Busco só queimar
Trago meu canto rasgado
E meu peito cantado
Espadas, rinhas, sonhos e flor
Pois procuro-te em madrugadas
Onde teu riso rápido
Me encanta, simples, sem dor.

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Nas Quartas-Feiras de um Dezembro novo.

Muito me encantam os versos.

Pessoas em certo sentido são versos caminhantes
E sigo seu cheiro pelas noites e pelos ventos
Como se o segundo seguinte fosse o segundo fatal
O segundo onde a poesia perde-se nas veredas dos maus mundos.

Por isso amo entre os dedos
Sigo a insana liberdade do medo que me toma
Quando o outro sugere seu fim entre armas e segredos.

Sim, não sou o são e despótico homem de forças e armas
Sou o menino teimoso de ruas claras e noites insones
O Bêbado que se perde por paixões que nos trazem fome
E na poesia se estabelece como um vidente de si mesmo
Consciência cruel das derrotas e dos caminhos tortos.

Enquanto destino meus andares pelo mundo dos versos
Acato a poesia das pessoas que sorriem
Diante das torturas que vendem-se em presentes dominicais.

Acato esta poesia vibrante presente em Anas e Nanas
Em Claudias e Luzimares
Que tornam-se luzes faiscantes
Ao perceber a infinitude de sua salmas
A perfeita hamornia de sua sacralidade
A combater a podre mansidão dos mortos.

Poesias e amores dançam assim e fundem-se
Pois tomam para si o inevitável desenho das verdades
E balançam corações infantes
Enquanto nas mesas burguesas caem reis e prostitutas finas
Atolados em sua gula e excesso sem alma.

Por esta poesia me faço Homem
E insisto na luta pelo coração maior de todos nós
A amar as novas Anas de cada dia
A seguir o sentido de meus passos e dos versos
Que abarcam um novo mundo que cai dos ventos
Enquanto eu, que fogo sou, ardo
Nas Quartas-Feiras de um Dezembro novo.

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Medo

Fui em sentidos e armas
Nas armas a fé é o que ao coração condena
Fui pelas estradas onde fogem ramos de luz
E a cada esquina encontro o fantasma que calou
A mais perfeita palavra feita por quem não a diz.

A cada mundo satisfeito que invento
Redime-se o mar estúpido do tempo
Quando no ritmo de seu borbulhar
A própria realidade avilta sua imensidão.

Fui esta semente que em mim plantou
O argumento sem sentido
Que se ergue nos motivos quase sempre esquecidos
Quase sempre confusos
Que saem do erro de achar-se alheio ao mundo.

E os sons que vistes
São sons e cores
Que percebi morrendo
No ato da inglória volta
Ao que se tem quando se vê
Nossas verdadeiras razões.

Procurando a calma alheia ao que é meu
Encontro-me a ver o indizível em mim.

Não rio nem nada
Me sento a me desarmar
E descubro que não há mais pecados da dor
Que se quis inventar, buscando novos atos
Quando atos nem sempre geram sins.

E eu que fiz retratos loucos da emoção
Sinto a emoção, peso a emoção
Visto as emoção, confuso
Mas reintegrado à paz
De se ver até do lado feito breu
Algo que se deu
Algo que se perdeu
Muito aqui em mim
E sem sons se faz ar
Pra dar o salto enfiom que rompe o medo então.








Um dia eu aprendo isso tudo

Uma ansiedade gera coisas loucas, gera o medo desenfreado de um fracasso, gera o bater rápido do coração, um antecipar da realidade. E mata planos, lógicas, verdades, pouco a pouco.

O domínio da ansiedade vem da organização do caminhar, vem do dia a dia trabalhado, da utilidade das horas. O problema maior é a definição desta organização, das prioridades de vida, felicidade e utilidade.

Sou craque em ansiedade, devido a distúrbios psíquicos e natureza mesmo, pessoal, emocional.

Ansiedade me faz ir mais fundo no mar que o próprio mar, na hora errada, sem medida.O louco é um ariano ser obrigado por si mesmo a ter medida para não se perder em sua própria fúria e fome. Querer tudo, atropelar tudo não é necessariamente uma demonstração de inteligência e por vezes o Ariano ansioso é nada mais, nada menos que o protagonista de atos assim, por conta de sua impaciência diante da realidade, uma impaciência ansiosa, dolorida.

Ninguém é obrigado a entender ninguém, isso é óbvio, e quem conduz sua vida neste impulso autodestrutivo de antecipação do tempo é naturalmente alvo da incompreensão alheia, por culpa sua, dado seu pouco respeito aos que estão a seu lado.

Com a ansiedade o raro vira banal, o sensível vira chiclete, o gênio, pernóstico, e por aí vai. o exagero toma conta das coisas, o normal vira pelo avesso.

Mas como tudo se resolve com o tempo, o negócio é buscar relaxar, ver-se, ver o erro, armar-se de coragem e mudar, medir. Assim na luta constante contra si mesmo um ariano vive bem, e sem atropelar ninguém na curva.

Um dia eu aprendo isso tudo.

domingo, dezembro 11, 2005

Sentimentos

Alguns sentimentos nascem de surpresas.

A cada período surpresas novas se dão como se o universo avançasse além da estagnação cotidiana, das rotinas mesmas a que nos submetemos. Amores nascem, ódios se fazem presentes, canções aparecem como definitivas e vidas se encontram, no turbilhaõ que é o significado da própria vida.

Muitos assustam-se com a notória mutação da existência, muitos tornam-se acuados pela experiência de serem surpreendidos pelo imponderável. E este medo é natural, dado que somos ainda animais assustadiços, vivos na idéia de um Deus que nos proteja de um mundo por vezes cruel.

Porém poucos percebem que a surpresa é divina diante da necessidade de sermos felizes diante do universo. Mesmo com as ansiedades, medos da dor, a tal "maturidade" que nos rouba pouco a pouco a sensação de vermos o novo todos os dias, a maldita rotina que nos instala o mecanicismo dos atos, os novos sentimentos que nos invadem são mais que necessários, são a alma da palavra vida, que repetimos por vezes sem o respeito e o sagrado tom necessário para pronunciá-la.

Vida, Vida! Devíamos repetir prostados esta palavra tão afeita ao sentimento divino de amar, de odiar mesmo, de nos sentirmos vivos diante de um mundo feito para que criemos nossa própria felicidade. Mas convecionamos a tratá-la como um fardo a ser levado, como uma dor constante. Talvez seja um resquício do cristianismo mais tacanho preso em nossas almas.

Prefiro buscá-la, mesmo que imperfeitamente, como uma necessidade e a cada surpresa, boa ou ruim, procuro apreendê-la, como se fosse o vinho em uma tarde chuvosa.

Vida é o alimento dado para que nossas almas sejam mais que marionetes de um destino alheio a nós. Nós que vivemos devemos presenciá-la, saboreá-la, devemos ser vida. E vida é ação.

Nas políticas, nas richas, nos poemas, nos amores que vêm e vão, ela está presente. Como está presente agora enquanto pressinto o novo amor que chega, nada sorreteiro, como uma bomba, em meus dias.

E nestas supresas e sentimentos seguimos os dias, como dádivas.

A Esquerda e a repetição

Um dos maiores problemas da Esquerda, fora a desunião clássica, é a repetição de fórmulas, a idéia de manter um padrão cíclico de organização que traga mudanças.

O problema todo é que esta repetição revela vícios e estagnação teórica, além de desrespeito total a um elemento primordial nas políticas ditas socialistas, a massa.

Porque isso?

Porque se percebe a massa como um amálgama de necessidades sem direção, esquecendo de perguntar Às mesmas estas necessidades e fazer parte maior de seu dia a dia, além de ser parte de seu imaginário ou de suas ilusões messianicas.

Normalmente as esquerdas com sua ânsia vanguardista olham as massas da torre de marfim, de cima pra baixo, não se envolvem no cotidiano das mesmas, não as procuram como parceiros e sim como comandantes de um processo delas mesmas, na arrogância dos reis.

Assim tratamos as massas como votos ou como recheio de manifestações que tragam o nome do grupo à mídia. Dizemos à elas como se organizarfem, ao invés d ebuscar entender suas organizações e debater as mesmas, sendo parte prioritária de um movimento e não gerente de cabeças.

Nós que tanto classificamos as coisas, nós anarquistas, socialistas, comunistas, trotkistas , stalinistas e outros istas que andam por aí, somos sempre os indivíduos que substituem os "malzões" da direita pra fazer diferente a mesma criação de cabresto que a direita faz, só que ao invés de cestas básicas doamos sonhos utópicos.

Porque não o contrário? Porque não vivermos nas massas como ajudantes, como no máximo intermediários de uma luta mil vezes maior que nossa teoria supõe? Talvez porque isso possa trazer umaperda de Status diante dos movimentos, porque isso nos retire o brilho do "grande líder" ou "Partidão". E neste rame rame vivemos o ciclo eterno, primeiro o Partidão, agora o PT, e amanhã? o P-SOL?

Repetimos Marx a dar com o pau, mas a cada repetição esquecemos 18 Brumário, a História se repete como farsa. E esta farsa não é desconhecida pelas massas, inteligentes e cruéis que são, com toda razão, para com os vendedores de ilusões.

Dias de chuva

Os dias de chuva normalmente trazem velhas lembranças ou sensações. O próprio clima torna possível um sem número de reminiscências, ativa o cérebro, causa a tranqüilidade necessária para reflexões.

O problema todo disso é o ritmo imposto pelo dia a dia que nos torna escravos da ação e nos coloca em conflito com a pressão natural pelo imobilismo físico causada pela chuva. Birncar na chuva é interessante, lúdico e tals, mas é mais um impulso juvenil, interessantíssimo, do que uma ação típica dos mais velhinhos.

A ação é feita o calor, troço que incomoda e dá vontade de sumir no mapa, caminhar, ver gente e tomar banho de rio.

Chuva dá vontade no máximo de um amorzinho com um som bom e um belo vinho.Este é o máximo de ação permitida.

Talvez Epicuro explique isso, pelo conheço beeem por alto que tenho do mesmo. Ou ninguém explique, só sinta.

Neste dia de chuva, dá vontade de cantar e sonhar com uma paixão impaciente, que já tenho, e ler, ler muito. Saber quase tudo das letras que me envolvem.

Aproveitar o natural, a preguiça natural dos pingos, a preguiça que o cérebro adora pra ser rei,pelo menos antes da hora do trampo.

terça-feira, dezembro 06, 2005

Paz, Amor e Revolução

Em discussões Orkuts afora, muitas vezes cita-se a questão da paz como alternativa a um processo revolucionário, alguns vinculam amor à paz, talvez influenciados pelo Power flower.

Bem, não acredito que a maioria dos que colocam-se como revolucionários ou tenha alguma idéia do que realmente é um processo violento ou que procurem necessariamente este processo revolucionário como um processo violento. Falo isso baseado apenas na experiência que diz que quem tem juízo foge da faca.A violência não é algo que se deseja ou procure na maioria dos casos. busca-s eo sossego, uma tranqüilidad,e por vezes confundida com Paz, ao invés da porradaria geral que hoje estanca por aí.

O que não se discute entre a maioria dos revolucionários é que não há uma escolha por um processo violento, o que há é a visão de que a violência em um proceso revolucionário é quase inevitável, devido ao fato quas einexorável da resistência dos exploradores diante de uma situação de derrota diante das massas populares.

Daí muitos confundem calmaria com Paz e revolução com ódio. um procesos violento é identificado como um processo de ruptura da Paz e com um ódio pervertido contra os dominantes, quando na verdad eo que há é o contrário imediato. A busca pela ruptura de um sistema de opressão baseado na contínua exclusão da maioria é um processo vinculado ao amor pela liberdade e pela escolha da paz como alvo final. Não há paz na escravidão, não há amor na escravidão, o que há muitas vezes é a partilha de dores e medos, de ausências de plenitude. é o medo de enfrentar o difícil fardo de ver-se escravo.

A paz é uma ilusão em um sistema de dominação contínua e o amor é quase uma imagem de fé, ambos existem, porém limitados a momentos, a surtos períodicos em uma vida inteira.

Isso em se falando da vinculação entre amor, revolução e paz.

Outro assunto pertinente ao assunto é a miragem de amor significar paz, sendo este mesmo amor limitado por um sistema de escravidão um sinônimo de revolução interna, de busca constante de alterações no ego para a manutenção do estado de união presente.A paz aqui, no amor, só existe, como meta final, como objetivo. Paz, a meu ver, tem um significado diferente de tranq6uilidade, pois paz não é estagnação. Paz é o ato de ser pleno. Portanto a paz só está presente no amor quando o amor realiza empleba liberdade toda sua capacidade transformadora, assim como a revolução sóé pacífica quando é completa, quando atinge todos os objetivos libertadores.

Revolução por voto ou por músicas bicho-girlas em meio à miltidão é tudo, menos paz. É apena suma paz factóide que imita amor, quando é só festa, e imita revolução, quando é só um espirro de liber4dade em meio a uma gripe de escravidão.

domingo, dezembro 04, 2005

Nana

Sorri inventado no mar
subi montanhas horizontais
Me fiz instantes
E pintei luas a disparar
Esse sorriso transcedental que se foi.

Outro dia está nascendo
Me faço calmo e me torno flor
Outro mundo está crescendo
Do inevitável ritmo do amor.

E no segundo pálido do mar
O rumo turva a linha mágica da fronte
Como saber o dia em que se pode voar?
Prefiro ir e me jogar
Ser o Vôo.

Como saber o momento?
Me calo e sonho ser tudo o amor
Cokmo saber o que sinto
eu sinto e pronto
Calmo caminho e vou.

Dirceu e a cassação da esquerda

A esquerda foi cassada.

Calma, este artigo não é uma apologia ao mito de esquerda chamado José Dirceu, um dos maiores traidores da esquerda. Mas uma avaliação do procesod de cassação, processo esse com atropelos legais, gritas dos coronéis da direita pelo fim da raça esquerdista,etc..

Falo isso por conta da vinculação imediata, pela mídia, pelo senso comum, da figura de José Dirceu com as esquerdas, além é claro da estreita vinculação de Lula e do PT, sendo JD o alvo preferido, não só por seu poder quando , mas também como meio de destruir ou abalar mais ,uma credibilidade pra lá de abalada que os habitantes do condomínio "esquerda" têm.

É claro e notório que a esquerda sofreu abalo com a capitulação do govenro Lula, mas ainda assim o PT, Lula e Dirceu ainda representam para parte da população umprojeto de esquerda. Após as denúncias de corrupção, a credibilidade das esquerdas sofreram abalo, mas isso era pouco pro projeto da direita de não só aumentar a guinada à direita do governo, mas também de retirar o Operário do poder e devolvê-lo à elite divinamente sagrada pelos jornais.

Essa atuação da mídia não retira dos ombros do PT a responsabilidade por essa brecha, por essa destruição do projeto de um governo popular, nem diria socialista,apenas popular. Mas com certeza aponta para uma desmoralização de qualquer projeto que rume para algo além da pasmaceira destrutiva neo-liberal.

O alvo Dirceu foi além de uma lógica de quebrar a espinha dorsal do PT, foi também um exemplo de táticas usadas anteriormente, principalmente em momentos de paulatina radicalização política como o atual, que utilizam personagens marco para desmoralizar de vez o adversário e criar um problema na cabeçã dos menos informados, que identificam toda a esquerda com a figura de Dirceu.

Bem, eles conseguiram, usaram táticas sujas e cassaramum homem sem provas, provas só são necessária spara cassação de Collors, A raça da esquerda não merece mesmo,né?

Depois disso procurar criminalizar invasão de terra foi o próximo passo, vamos esperar ainda outros?

Nestlé faz caridades com chapéu alheio

Nestlé faz caridades com chapéu alheio em
programa fachada
de aliciamento de crianças

Lançando o programa Nutrir em São Lourenço a Nestlé dá mais um passo em sua cruzada em torno do silêncio sobre suas atividades ilegais na exploração das águas minerais da cidade.

Segundo fontes que preferiram não se identificar a "caridade" da Nestlé obriga a seus trabalhadores a fornecerem " de livre e espontânea vontade" 10% de seu salário e mais 8 horas mensais de dedicação à palestras para crianças de 5 a 14 anos para que as mesmas sejam multiplicadoras da "lógica Nestlé de alimentação" para seus familiares. Claro que não falta o Kit Aliciamento completo,com material didático e produtos Nestlé, além de uma enorme logomarca, fazendo à Multinacional ser vinculada à responsabilidade social.

O programa seria ótimo se não fossem alguns detalhes como parte do programa ter o apoio oficial do Município onde ele é implantado e o tão propalado "voluntariado" de seus funcionários ser, segundo fontes de dentro da empresa, na verdade uma obrigação imposta por sua direção. Além disso o apoio oficial leva ao Município ser garoto propaganda de um programa de Merchandising disfarçado, feito de acordo com uma tática perfeita: Leva-se às crianças carentes de tudo a terem uma educação voltada para a compra cada vez maior de produtos Nestlé, já que vinculam o recebimento de kits, lanches,etc, à marca da multinacional, e porventura a seus produtos, além de retirar pouco à pouco as manchas constumeiras à reputação da empresa, conhecida por suas agressões ao Meio Ambiente, processada por utilização de trabalho infantil e por ter levado à morte inúmeras crianças na Nigéria (entre outros Países) por suas propagandas pela substituição da amamentação pela utilização de seus produtos, como o Leite Ninho (Problema denunciado pela Organização Baby Milk Action).

O mais interessante é que o programa Nutrir da Nestlé existe onde a empresa tem unidades, em todo o país, e ,quase sempre com apoio oficial de prefeituras carentes de recursos para "Ações Sociais" (Leia-se compra de eleitores através de exploração da miséria), mascara problemas como os da unidade de Araraquara, onde a Nestlé recebe processos por superexploração de trabalhadoras e ausência de políticas de saúde na empresa, ou em São Lourenço onde, além do mesmo problema, a multinacional é condenada por ambientalistas, parte da imprensa e pelos movimentos sociais organizados por sua exploração criminosa das Águas Minerais, condenada inclusive pelo Ministério Público Federal.

Com um programa voltado para a população de baixa renda, apoio oficial, doação de Kits lindinhos, lanches e produtos Nestlé, exploração dos funcionários,etc.. O Programa Nutrir da Nestlé mais parece voltado à Nutrir à Nestlé,com o ganho de novos consumidores, embevecidos por presentes que, na idade atacada, reforçam a idéia da Marca como algo bom, e os faz ignorar futuramente que a empresa que os "Compra" pode estar matando seus pais, suas cidades e orientando como "Alimentação Saudável" a utilização de produtos fabricados muitas vezes por gente que não leva vida nada saudável e, conforme declaração de seus diretores em Araraquara, podem ser trocados por máquinas, já que máquinas não tem L.E.R (Lesões por esforço repetitivo), além de nem sempre serem saudáveis, pois a empresa também é conhecida por utilizar Trangênicos em suas subsidiárias como Maggi, sem no entanto avisar ao consumidor.

O mais lamentável disto tudo é que o Município, que em tese deveria ser responsável pela salvaguarda da Infância sob sua responsabilidade, é co-promotor deste programa falacioso, feito sob medida para anúncios enganosos que coloca a Nestlé como "Empresa Líder em Responsabilidade Social", embora esteja em várias listas sujas sobre responsabilidade social, como as da AMDA, Tribunal de Edimburgo,etc..

Enquanto a Nestlé se Nutre com nossas crianças e a cumplicidade da Prefeitura de São Lourenço, a Cidade afunda em mentiras, omissões e a possibilidade de virar um buracão criado pela retirada de Água e Gás, que estão sob a cidade e mantém a cidade em pé, de maneira irresponsável conforme Engenheiros Locais.E rumo ao buraco vamos nós, mas com belíssimos Kits de Aliciamento.


Radicais sim, e daí?

Durante anos líamos nas colunas dos jornais que os petistas eram radicais e defendiam propostas irrealizáveis e que levariam o país ao colapso.

Durante anos líamos que a radicalização política levava ao caos, à perda da paz, dos direitos humanos, do direito à vida, das instituições estabelecidas,etc..

A leitura contínua de jornais levava a todos nós a pensarmso que o radicalismo er ao pai do caos, da mortandade, do assassínio, e podia até causar câncer.

Bem, considerando a contínua deteriorização da vida humana, a pobreza crescente, o aumento das guerras, a prioirização de exportações ao invés da melhoria das condições humanas, a priorização do "crescimento" ao invés do desenvolvimento,etc, cheog á conclusão que os jornais mentiam, que a única forma de resolução dos problemas brasileiros e mundiais é o radicalismo, cada vez maior e sem o menor medo ou vergonha.

Toda a esquerda das últimas décadas debatia entre si a lógica do radicalismo e na maior parte das vezes buscava realmente a diminuição do mesmo, até porque sob a tutela de um projeto eleitoral que substituía o projeto político de superação do sistema capitalista, a tendência natural era começarmos a fazer acordos que nos permitissem angariar forças e sustentar um projeto eleitoral de transformação, já que percebíamos que havia a possibilidade real deste tipo de transformação ocorrer. A esquerda radical, a que apontava que por dentro do sistema não haveriam mudanças, era taxada de maluca, de gente que babava na gravata,etc..

Bem, deu no que deu!

Não estou aqui defendendo o radicalóide de mesa de bar ou o argumentista de panfletos ou o criador de jargões imutáveis, mas a esquerda que defende com unhas e dentes uma transformação radical da realidade, que percebe que radicalismo é ver claramente como o mundo vive, pensa, como a exploração se dá, como os inimigos pensam e que percebe que a única via possível de transformação da realidade é a superação do capitalismo.

Defendo sim a Esquerda radical de verdad,e não a que berra, não a que usa o modelito esquerda clássica e sabe de cor todos os jargões do mundo, mas a esdquerda que quer mudar o mundo, o país, e com trabalho de mudança de baixo para cima, sem mudanças feitas na canetada.

Uma esquerda marxista de verdade e não teóricos de plantão defendendo Marx em Gabinetes e tendo nojo de povo.

Porque a esquerda que queria superar o radicalismo e abraçar o povo no fundo fez acordo com o inimigo, traiu princípios, amigos, família, e tudo em nome de um projeto eleitoral que no fundo igualou todos ao que de pior há no mundo. Não pelo dinheiro, mas pelo modelo de condução do país que abraçaram.

A esquerda radical que eu defendo é a esquerda que sonha com um mundo melhor, por um mundo melhor, e trabalha dia a dia por isso, e sabe que só ao lado de companheiros é que conseguiremos, juntos, mudar de sistema, de vida, de sonho. é essa esquerda que tem coragem de olhar olho no olho de seus iguais, de seu povo , de sua gente, família amigos, e tem coragem de radicalmente, olhando tudo pela raiz, dizer a verdade.

E não há acordo que nos faça vender a verdade.

Gilson Moura Junior