sexta-feira, abril 22, 2011

Na lucidez dos sem Deus

Ardem estandartes ao pé de uma terna loucura
E os gritos sobem além decibéis entre falsos espasmos de Deus
É difícil sorrir tendo entre os dedos medos de viver.

E em cada palso em falso desliza o tempo em vícios
Que não importam a ninguém nem ao menos a bispos de um deus
Que nos nega o viver
E tudo o que sei só me importa saber
Cale-se sob as vaidades de teu deus suarento
Repito que todo o mar caberia na lucidez  dos sem Deus.

domingo, abril 17, 2011

Rumo livre ao mar

É dos meus olhos o sentido das ruas caladas, as estradas são aspas de poemas geniais
Tenho nos olhos um desejo de mundo e relvado
Ando às vezes calado traduzindo o ar
E se meus olhos se transformam em fontes abundantes
É a cor dos instantes sugerindo hortelã.


 E se meu riso se desfaz ou refez alguns campos como se fossem vocês
É dos olhos o desenho que colore as gentes
Como água corrente rumo livre ao mar.

Retentando várias veiz

Um delírio, um sinal, uma noite
Uma forma sutil de ser muitos
Uma hora estranha, uns atores
Somos circo e povo.


É a destreza de panos e pratos, de palhaços e rodas de fogo
De romper com a morte, com dores
Musicando ardores
Na esperança de dobrar o sagrado dando a ele o tom de picadeiro
A esperança é dobrar o sagrado retentando várias veiz.

Um sentido, um sim

As ruas não calam amarras
As cores das rosas exalam o som das estranhas palavras que gritam solenes pra mim
Os homens de escuro status, as moças de lume vulgar
Os gestos que afastam amigos
As noites que dopam sentidos
São grilos, são ódios, são fins.

E amores que fogem à escolhas
E dores que vêm pelo ar
São farpas que adormecem as gotas
Dos dias, dos meses de mim.

E ainda permeia o perigo nas noites, nas casas, nos trincos
Nos medos, nos olhos, nos vincos
Dos ternos dos homens chinfrim
Mas hoje não há outra alma, não há outra face, outra calma
Há só um sentido, um sim
Porque não me dou mais escolhas, nem quero mais cartas
Prefiro o sabor destes frutos feitos dos dias sem fim.

Noite enluarada.

É apenas hoje: noite que se entrega nas trezentas faces que damos à ela!
É apenas hoje: noite de sorrisos, mantenha a fé, não drible os sentidos!
É noite de espadas, de pernas compridas, de abraços dados, olhares e riscos.
É noite de homens, mulheres e filhos, não se dê ao luxo,
Não se dê ao lixo.


Não é apenas hoje, não é apenas risco
É uma verdade, é manter-se vivo
Entre as luas, cenas, faces, vozes, tipos
E entre enroscos salve seu pescoço.

Nas barbaridades, paus, lampadas, gritos
Cartas, cartomantes, tarots entumecidos
Profecias gritam, pastores agitam
Nas estrelas as noites vazias gritam ais.

É hora das espadas, das cores, do ouro, de nossa honrada noite enluarada.

Grande sertão.

Se for na lua é só sorrir que vira cena
Sentido cego, uma vontade de voar
Um desterrar de desejos, um bom gracejo, um desimenso destino de revoar.

Se for pra ser é só soar que nem estrela
É só nascer com repinique pela mão
Se for doença de sorte é só ter norte
E norte é o refletir dos pés no chão.

É só voar e ser estrada que afora o mundo agora
Só o sentir é seu lugar.


Pedro primeiro, seu Jair, Irmão de sonho
Hércules sendo um jeito livre de invenção
E pela vida revivendo brincadeiras
Repintando coisa estrela nas ruas do coração
Me desrevejo o rever seguindo sonhos
Enquanto planto guerra contra bandidos
Saber sentidos, perder razão
A vida é a lida de equilibrar-se nela.

E esta flor é lidar pelas afora do agora
Patativando o coração
E pelo amor do meu amar é toda hora um dia afora
Talvez sendo grande sertão.

sexta-feira, abril 08, 2011

Eu zabumbo, e você?

Sou zeros e sonhos invisíveis
Pelas ruas de cidades construo um país de erros e veros ventos
Nas estantes empilhos livros modernos e seus infernos sem Deus
Construo um velho terno pra me tornar um ateu.

Invernos, infernos, são rimas pra meus ouvidos
Morrem crianças dormindo no peito do país
E os adultos Sinceros
Cantam sua fé, seu adeus
Meu trololó é eterno, assim como as falhas de Deus.

A zabumba urra e delira, os filhos dos homens morrem em cruzes eternas
A libertação usa calças e burcas nas palavras
Os loucos devorma o ódio e saem às ruas
Determinados, determinantes na crucificação dos díspares
em meu sertão e africanismo eu zabumbo
E danço na frenética cidadania das urbes afora
Não rimo como dantes, não sou arte
Sou urro
Me isolo no libertário grito desmontador de medos
E na espada de quem me ensina a caminahr pego o arco de meu pai
E zabumbo na alegria poética de um deus menino
Um deus ateu, um deus meu, um deus vivo, um deus que não pede corpos como fé.

Eu zabumbo, e você?