Sigo um sentido, um verso, um desígnio feito de coração
Canto o amor dos ódios, dos signos, dos deuses, orixás, irmãos
Dedico meu amor ao sentido que desce do próprio som
Da palavra que diz como é bom.
Caminho a passos largos, decidido
Como quem tem na mão, como quem tem calor
Como quem tem um visionário jeito de sentir dor
Rasgo o significado da nudez e do sabor
Amo assim sem nenhuma razão
É o que sou.
Crio um mundo, uma canção
Na madrugada do céu
Abro o desejo que vaza dos ônibus e retiram véus
Olhando o Cristo deitado num Rio que é só meu
Penso na mão que me toca
Que me tira do breu.
Meu amor pela turba é o desejo de ver
A rua, o centro do planeta no meu bem querer
Sinto o desejo de Espanha de ver o mundo descer
Pela beira do viver.
Calo um jeito de me mentir, de mentir a mim
Calo o medo de ir, morrer, perder o jeito de rir do fim
Caço a palavra saudade e a ajeito assim
Pra ter coragem de só dizer sim.
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