Conduzidos de coisas, teias
Estrelado em espelhos que vêem
Conduzidos por artistas
Pintados entre mãos pretas
E ruas que são a vista das insanidades cheias.
E à terra, às feras
A alma infante ganha a grande ordem, o levante
Do altar de mais um dia.
E meu sonho, meus espaços
Dão-se ao céu
Dão-se á terra
Fazem a si mesmos terra
Espalham-se grãos sobre as linhas
Destas ruas, destas feiras
E na brasa das agruras aprendem a ser só mais nuvem.
E à terra as levas de imigrantes
Trazem tanto, trazem antes
Novo ar
Luas, bastilhas.
Ritmo, fome, sistemas
Tretas, estrelas, espadas
Luz azul ao sul dos cinemas
Que escapam ao ouvir
O rugir de historietas como se feitas por mil poetas
Desenhados por pena fria.
E às feras as festas parecem antes de conduzirem o adiante
Uma paz, uma premissa.
E de mim o sonho-fogo consome o dia, a magia
Feito em mim eternamente uma labareda, uma sina
Sina de ser gente em frente à escolha sombria
De fingir-em falsa estrela.
E em terras velhas
Meu passo adiante hoje pode ser gigante
Faço-me paz
Com a dor sofrida.
Súbito, de tempo me faço
Súbita história das falas
Tornando-se degrau, ancinho
Foice, enxada, rapinagem
Luzes, energia, mulatas
Carros, pás, filmes
E velas sobre lagoas encantadas.
E á terra as velas dão-se radiantes
Dão as cruzes, os infantes
Guerras, paz
Flor de bom dia.
Rara a alma dá-se estrada
E parte em si por calor
Por amor à donzela que morreu em pleno ardor
E se hoje a Baia de uma Guanabara me vem
É porque nela sou perfeito.
Minha terra erra
E calo o infante de minha forma delirante
Nada mais hoje me atina.
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