Minhas horas, meu palco, meu mundo
Meu parco e profundo medo de mim
Minhas horas, meus passos
Minha hóstia, meus brados
O meu bom e meu ruim.
Escama de peixe, de rumo
Espada que cuido
Voz de cetim
Minha nódoa, meus claros sorrisos e gratos
Sonhos bons
Medos ruins.
Agora é o véu que me oculta a tempestade
Eu que sou do dia, dos mundos, das tardes
Me torno céu
E traduzo novas artes
Me rasgo na divina chuva que me arde.
Agora é fel pra quem é de fel e arde
Como quem traz dos pântanos mortos de mim
E me faço brado
Me torno rescaldo
Ajoelho e calo
Sou canção e sou meu fim
Espalho os passos, entrego-me aos raios
E abraço o som do sol, o fogo, o sim.
Me torno céu, largo o fel e dou-me tarde
Abraço a canção de quem torna-me búfalo d'artes
Me torno céu e me embarco nas saudades
Voo como o vento e me sou das tardes.
Minha vida, meus passos, minhas asas meus calos
Nova mãe? Sou vento e fim?
Nenhum comentário:
Postar um comentário