segunda-feira, dezembro 26, 2005

Fragilidades - pequeno comentário informal

Fragilidades são um saco.

Qualquer um que esteja por aí andando sente um dia ou outro o desejo incompreensível de ficar na cama. O chato disso tudo é que o tempo não pára e o mundo não dá afago e nem traz chocolate quente, não por ser cruel, mas por não ter muito tempo a perder.

E neste ponto as fragilidades que trazemos são um saco, perfeitamente compreensíveis, mas ums aco. Porque nos pegam nos dias em que a mistura de ansiedades, falta de sono, medos, vontade do Flu ser campeão e um pouco menos de grana, dão às caras. A merda é quando isso atrapalha mais que teu dia.

Neste ponto também existe a exigência do mundo para nós de força suprema, de resistência fora do comum, nós " a grande e forte raça dos homens e mulheres adultos", uma exigência entronizada e mãe maior de nossas neuras e dores.

A gente passa pelo mundo qu enem burro de carga e pega qualquer dose de felicidade como se fosse a cachaça mais gostosa já criada, pena que isso dá ressaca, porque com a dose vem o vício e como vício a ansiedade. Nada melhor para estragar um amor do que medo, nada melhor que estragar um belo fim de semana do que o desejo de comê-lo como quem come um último prato de comida.

E daí porque minha ranzizisse manda que as fragilidades são um saco.

Porque cada momento da vida em que a gente escorrega é ou pelo menos pode ser, a única chance. O lance é desencanar disso e fazer dos dias um belo exemplar de esforço e foda-se bem dado. Largar mão da antecipação dos fatos, da história, dar-se ao tempo e ir, se der deu, se não dernão deu.

Ser frágil faz parte, mas larga mão de encanar com isso tudo, pega este lado mala e ficapianinho no dia, não fala com ninguém mais a fundo, chama aquele ou aquela amiga do peito (Aquela galera mais paciente que atura você e não sabe explicar como), toma umas, chora e vai dormir pra enfrentar o dia seguinte conforme o figurino que você trace. Digo isto porque essa exigência deve ser tua, para que sua vida se equilibre e não do mundo, o mundo que se dane.

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A razão do escrito acima é um pouco minha imensa dificuldade em lidar com sentimento. Uns sentem-se apertados por ele e escapam, outros, se dão de um jeito que fazem quem recebe devolver porque vem melado. Este último é meu caso.

Não sei se deu pra notar, mas ando apaixonado. Isso é legal, me dá um gás extra - maneiro para viver, mas tem o lado ruim, como tudo, de me tornar uma besta assassina de sacos.

O problema é que ao mesmo tempo em que a intensidade me é legal, curto ela, ela me tra za ansiedade de ver, beijar, cuidas, fazer rir, o ser que me encanta. E nem sempre isso é possível porque o outro lado pode ter um dia de cão, estar sme saco para ouvir tua voz, qualquer voz ou simplesmente estar repensando a vida, inclusive se você pode ou não participar dela. E aí, chora-se? Acho que não. Pega-se humildemente a vida e toca-se o barco, insistentemente e fluidamente, busca-se reconquistar o que se afasta e se não der lamenta-se um pouco e parte-se pra vida.

A atitude de comer o prato com fome, compulsivamente e ansiosamente, afasta a todos, até seu equilíbiro, porque além de encher o saco e assustar, causa uma doentia rede de relações que no fundo nada ajudam. Amor é cura, não doença, é sentir bem, com ou sem distância e não trazer a doença para seus amigos e inimigos.

A ansiedade me faz frágil porque desvia minha atenção da vida diária, essa vidinha sacana mesmo, que eu adoro, para uma idéia não realziada e impossível de ser realizada, porque não humana, irreal. E a fragilidade torna-se um saco até o momento em que se percebe-a como parte tua e parte a ser resolvida.

A melhor terapia pra mim é deixar doer, é deixar tudo sair pelos dedos, letras e choros, é sentir a dor, a vergonha das atitudes, o desejo de fugir, tudo isso, de uma vez só, sentir plenamente tudo isso e perceber que em alguns casos sua força é apenas uma pálida máscara que esocnde que há muita coisa a ser mudada, que há muita coisa a ser aprendida e apreendida.Por isso continuo, indo em frente, percebendo gente mais forte que eu por aí e percebendo que só aguentoos trancos porque sou capaz de me reinventar. E reinvenção é compreensão, amor e autocrítica.

Algumas vezes socialistas pensam.

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