quarta-feira, dezembro 14, 2005

Nas Quartas-Feiras de um Dezembro novo.

Muito me encantam os versos.

Pessoas em certo sentido são versos caminhantes
E sigo seu cheiro pelas noites e pelos ventos
Como se o segundo seguinte fosse o segundo fatal
O segundo onde a poesia perde-se nas veredas dos maus mundos.

Por isso amo entre os dedos
Sigo a insana liberdade do medo que me toma
Quando o outro sugere seu fim entre armas e segredos.

Sim, não sou o são e despótico homem de forças e armas
Sou o menino teimoso de ruas claras e noites insones
O Bêbado que se perde por paixões que nos trazem fome
E na poesia se estabelece como um vidente de si mesmo
Consciência cruel das derrotas e dos caminhos tortos.

Enquanto destino meus andares pelo mundo dos versos
Acato a poesia das pessoas que sorriem
Diante das torturas que vendem-se em presentes dominicais.

Acato esta poesia vibrante presente em Anas e Nanas
Em Claudias e Luzimares
Que tornam-se luzes faiscantes
Ao perceber a infinitude de sua salmas
A perfeita hamornia de sua sacralidade
A combater a podre mansidão dos mortos.

Poesias e amores dançam assim e fundem-se
Pois tomam para si o inevitável desenho das verdades
E balançam corações infantes
Enquanto nas mesas burguesas caem reis e prostitutas finas
Atolados em sua gula e excesso sem alma.

Por esta poesia me faço Homem
E insisto na luta pelo coração maior de todos nós
A amar as novas Anas de cada dia
A seguir o sentido de meus passos e dos versos
Que abarcam um novo mundo que cai dos ventos
Enquanto eu, que fogo sou, ardo
Nas Quartas-Feiras de um Dezembro novo.

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