domingo, dezembro 04, 2005

Radicais sim, e daí?

Durante anos líamos nas colunas dos jornais que os petistas eram radicais e defendiam propostas irrealizáveis e que levariam o país ao colapso.

Durante anos líamos que a radicalização política levava ao caos, à perda da paz, dos direitos humanos, do direito à vida, das instituições estabelecidas,etc..

A leitura contínua de jornais levava a todos nós a pensarmso que o radicalismo er ao pai do caos, da mortandade, do assassínio, e podia até causar câncer.

Bem, considerando a contínua deteriorização da vida humana, a pobreza crescente, o aumento das guerras, a prioirização de exportações ao invés da melhoria das condições humanas, a priorização do "crescimento" ao invés do desenvolvimento,etc, cheog á conclusão que os jornais mentiam, que a única forma de resolução dos problemas brasileiros e mundiais é o radicalismo, cada vez maior e sem o menor medo ou vergonha.

Toda a esquerda das últimas décadas debatia entre si a lógica do radicalismo e na maior parte das vezes buscava realmente a diminuição do mesmo, até porque sob a tutela de um projeto eleitoral que substituía o projeto político de superação do sistema capitalista, a tendência natural era começarmos a fazer acordos que nos permitissem angariar forças e sustentar um projeto eleitoral de transformação, já que percebíamos que havia a possibilidade real deste tipo de transformação ocorrer. A esquerda radical, a que apontava que por dentro do sistema não haveriam mudanças, era taxada de maluca, de gente que babava na gravata,etc..

Bem, deu no que deu!

Não estou aqui defendendo o radicalóide de mesa de bar ou o argumentista de panfletos ou o criador de jargões imutáveis, mas a esquerda que defende com unhas e dentes uma transformação radical da realidade, que percebe que radicalismo é ver claramente como o mundo vive, pensa, como a exploração se dá, como os inimigos pensam e que percebe que a única via possível de transformação da realidade é a superação do capitalismo.

Defendo sim a Esquerda radical de verdad,e não a que berra, não a que usa o modelito esquerda clássica e sabe de cor todos os jargões do mundo, mas a esdquerda que quer mudar o mundo, o país, e com trabalho de mudança de baixo para cima, sem mudanças feitas na canetada.

Uma esquerda marxista de verdade e não teóricos de plantão defendendo Marx em Gabinetes e tendo nojo de povo.

Porque a esquerda que queria superar o radicalismo e abraçar o povo no fundo fez acordo com o inimigo, traiu princípios, amigos, família, e tudo em nome de um projeto eleitoral que no fundo igualou todos ao que de pior há no mundo. Não pelo dinheiro, mas pelo modelo de condução do país que abraçaram.

A esquerda radical que eu defendo é a esquerda que sonha com um mundo melhor, por um mundo melhor, e trabalha dia a dia por isso, e sabe que só ao lado de companheiros é que conseguiremos, juntos, mudar de sistema, de vida, de sonho. é essa esquerda que tem coragem de olhar olho no olho de seus iguais, de seu povo , de sua gente, família amigos, e tem coragem de radicalmente, olhando tudo pela raiz, dizer a verdade.

E não há acordo que nos faça vender a verdade.

Gilson Moura Junior

Nenhum comentário: