quarta-feira, dezembro 28, 2005

Suas próprias asas

Em tempo muito mais que em vento
Eu me sussuro sentidos
Desgosto solto o ar que respiro e me inspiro cuidados
Revejo todo o mar que há dentro
E me resolvo sorrisos
Retorno a me sentir aflito
E me aguardo em passos
Mas isso é um segundo de vida
Em meu momento e meu ritmo
Vivendo na entresafra dos sentidos
Deixando algumas coisas de lado
Olhando às vezes dentro do peito
Enquanto choro ou rio
Deixando-me solto, menino
Do jeito que ventar o destino
Ou os passos.

Sendo amor
Sendo dor
Sendo apenas alma
Sem ardor ou com ardor
Só não quero é a calma.

Porque a calma de meus intentos
Talvez esconda meus brilhos
A fúria com que vou à vida
Sem sentidos culpados
Sem medo dos momentos sem rosas
Ou dos desejos rompidos
Só indo vendo por vezes destinos e por vezes obstáculos.

E tudo isso pra mim é vida
Mesmo doendo
Mesmo rindo
Nascer a cada dia é tempo de viver-se avoado
Escrevendo ou resolvendo me aventurar sem destino
Por amor, por dor
Por passos.

Sem amor, com amor
Toda vida é mágica
Sendo a cor do rancor
Ou sendo só suas próprias asas.

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