quarta-feira, dezembro 28, 2005

Nascer

Nascer
Sentindo os pingos da chuva
Desvanecer-se no tempo
Sorrir como se fosse um dia
A pensar em casas
E ver o tempo imenso
Ser mar
E indo ao vento na proa
Ser talvez qualquer pessoa
E descobrir novas ruas.

Ser, viver, renascer
Ser cada segundo
Ser intenso ato gesto
Ser canção ou rastro de um confesso
Novo luar que há no mar
Que parece teus olhos
Eu intenso desejo
Me torno desejo
Simples, sem jeito
De ser assim como um dia.

Na paz
Ou numa guerra confusa
A toa
Ou indo apenas pessoa
Nascer é rumo sem rua
É ver até o mundo vão
É razão que quase é um gesto
É lição do ar no respirar o sonho
Não quero ser Drummond não
Apenas respirar o vento
E perceber o dia como ele vem.

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