segunda-feira, outubro 16, 2006

Versos de alva cor

Dona do olhar que encerra a feira
Constrói das pontes vozes, ceias
Rompe o luar com um brilho jasmin
E a cada azulejo
Inteira
Pinta como se muitas mãos
Tecessem da palavra dada
O riso que é afirmação
De um voar
Entre escarpas frágeis de cor
Por libertar
Estrelas, homens, mártires da dor.

Não ligue pro fogo das ausências
Deste real que já não vem
Mostrar-se no alto ardor do ser a mim
Porque cada pó da existência
É todo em mim um sol de amor
Pessoas são estrelas alvas
A iluminar um sonho em flor.

Vago a notar
Teus passos na calçada
Sem cor
Do transversar pelas rochas e asas
De um arpoador.

Dona de minha não paciência
Pequena estrada do que vem
Tornar-me mar inundado de amar
Há mar em toda insana essência
De cada elo do amor
Por isso poetas das palavras
Sentem em si o criador
A rebuscar
A felicidade calma da flor
Por poder do ar
Tecer versos de alva cor.

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