terça-feira, setembro 19, 2006

Gatilhos se acendem

Toque o corpo com seu sonho
Lamba as feridas
Veja como o som parece apenas a invenção
Do medo em si
Do risco em si.

Toque o risco e o medo
E perceba o teu próprio sangue
Que pode nunca ser frio
Mas abre os olhos e acha
A alma que vira turbante
E explode como quem destrói o medo
Do que viu na TV.

E assim parece que as conversas
Se tornam palavra
E voam qual anjos em espadas
Que perdem a calma
E perambulam pelas vielas e pelos becos vivos
Dos homens.


Traga o risco e o medo
Fale risco e o medo
Torne tudo este teu mesmo sangue
E perceba o sorriso
Do aço que te corta o corpo que foi.

Não se esqueça que o espaço
Não é como antes
É de gente que morre nos estalos
Destes dedos que curtem miséria
E dizem não aos que tentam ver nos cornos de todo meio dia
Uma novo nascer.

E por isso teu medo não é irmão
É um fio que desce da alma que versa
E torce de toda palavra
Um espanto
Um descanso
Desencanto
Que hoje perde a calma em vão
Arma em vão
Alma em vão
Que traduz farpas.

Enquanto se ouvem os dedos nos gatilhos
As luzes que acendem gatilhos
Gatilhos se acendem.

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