sábado, setembro 30, 2006

Suburbana Alegoria

Sob neblinas o jornal
Argumenta sem sinal de horizontes
Lagos, dunas, sonho, sal
Espelhos d'água separam gentes
Do senhor.

Ventos ardem sob intentos
Escombros molham a paz da flor
Em cor
Meninos compõem acentos
Sob rimas despedaçadas
De magro desamor.

Subúrbios colorem algo marginal
Ruas de sombra fazem o tropical novo horizonte
Calcular espelhos sobre o mal
E escrever segundos inexatos.

O ônibus não parou.

Nas agendas outro tempo
Horas se perdem entre o mel sem flor
Magros homens são inventos
E meus olhos já vão cansados
De todo calor.

A alegoria desta rua-mar
É a saída solta de outro instante
Não mais há dúvida sobre partir ou ficar
A cor da lua me faz jornada
De homem, anjo ou cor.

Pedale enquanto é tempo
A luz da lua faz do sol
O Pôr, das almas em movimento
O mar aqui não cabe
A polícia chegou.

E porque todo o movimento?
Porque o sangue é todo momento?
Porque o mar não acorda em números
Na calçada hoje me flor?

Me armo em prol de todo desarmar
Espelho o mal com o suburbano horizonte
Nas alegorias de outro estar
Jaz em meu luar o sonho, a paz
Que não me acordou.

Suburbana Alegoria, intento
Estrelas fora dos lamentos
Ruas de sangue, movimento
Escadas soltas entre meus jardins
Na cor
Das estrelas que nasceram em mim.

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