domingo, agosto 06, 2006

Regina

Permita-me a dança
Rainha que empresta à festa
O estupor da ânsia de ser menina
Tão linda
Nesta angelical e enorme cantiga
Que a noite afina
Na viola que ao luar me é
A explosão da rima.

Permita-me um verso inclemente que aja
Que faça
Como um guerreiro tonto de tanto, tanto combater
Abandonar a má luta que apenas cansa
E saborear a flor que é
A intenção divina.

Vem por esta trilha que abarca a alma
E acalma
Que faz tudo então ser bem mais sol
Ser mais viver
Vem nesta linda esfera
Nesta festa
Vê-me apenas fera
Que encantada deita ao solo
E súdito
Se aninha.

Nesta esperança sonho que me é completa marcha
E torna o meu espaço
Um intenso renascer
E eu redescobridor de versos e farpas
Deixo-me levar na dança cega
De canção da própria vida.

E por isso invento um poema prece
Que faça a rainha
Perceber o ninho
Neste peito solto
Que revela a calma
Que despreende-se ao tempo
De saber-se inteira
Verdade e sonho que me faz menino
Como se a arte criasse a flora
E todo o meu trabalho
Fosse fazer-te canção.

Nenhum comentário: