Já acordei
Olhei, vi
E escrevi dons entre mil preces
Quase como quem sorri vitrines.
Não olhei
Perdi, fui
Assim depressa em carros
Que corri por pernas vivas.
E já calado pelo ontem
Notei morros de alcaçuz
Sóis que morrem
Pétalas deitadas de rir.
Não fui som
Entre a ação de meus ônibus distantes
Fui pessoas que correm sem medo.
Se dormi e me perdi
Nasci mais cedo entre humildades solenes
E ruas sem murros.
Crianças correm amanhãs de uniforme
Vêem manhãs e acordam
Entre esferas de canções
E luas novas frias.
Já acordado pelos nomes
Sou lentes velhas de algo em mim
Teço fontes
E rasgo o cheiro do jasmin.
Sou homem, sou algo
Que espelha cores e rediscute invernos verdes
Se morri, já nasci
E sou pedaços de amores que costurei dos ventos.
Assim entre espaços de ontens
E futuros onde sou rir
Cato montes
Ruas que me dizem velha cruz.
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