sexta-feira, julho 24, 2009

Velha cruz


Já acordei
Olhei, vi
E escrevi dons entre mil preces
Quase como quem sorri vitrines.

Não olhei
Perdi, fui
Assim depressa em carros
Que corri por pernas vivas.


E já calado pelo ontem
Notei morros de alcaçuz
Sóis que morrem
Pétalas deitadas de rir.

Não fui som
Entre a ação de meus ônibus distantes
Fui pessoas que correm sem medo.

Se dormi e me perdi
Nasci mais cedo entre humildades solenes
E ruas sem murros.

Crianças correm amanhãs de uniforme
Vêem manhãs e acordam
Entre esferas de canções
E luas novas frias.

Já acordado pelos nomes
Sou lentes velhas de algo em mim
Teço fontes
E rasgo o cheiro do jasmin.

Sou homem, sou algo
Que espelha cores e rediscute invernos verdes
Se morri, já nasci
E sou pedaços de amores que costurei dos ventos.

Assim entre espaços de ontens
E futuros onde sou rir
Cato montes
Ruas que me dizem velha cruz.




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