Ver o mar do céu
Ver o mar do nariz
Escutar o som de saber ser feliz
Rasgos, tretas, incendiárias canções pagãs
Cada treta me espanta pela imensidão.
Ver é ter um dom
Ser é dar-se pro dom
Ser é respeitar o entorno do dom
O certo, o perto, o verme, a estrela e o luar
São verdades, razões feitas de enxergar.
E o risco é imenso, é adiante, é incerto, é grilo, é treta, é fé
Risco é linha
E linha é pé pela noite.
Ter é ser, comer, respirar, ser feliz
Ver é mergulhar, é saber ser raiz
Se esteio é a paz, a faca da força vã
A força viva do fogo é só coração.
Ver é ser e ter a dor de ser canção
Ver é ser de pobre vida, paixão
Andar pelos caminhos desta espada é mais que prosseguir
É notar, é saber, sorver, luzir.
E o frio é deslize do mundo na pele que arrepia de ser imensidão
Vida é este andar
Vida é ter esta fome.
Tanta cor no planeta, tanto ardor e frio
Tanta forma de gente ser meu pavio
E a pele das tretas reflete-se no sabor
Destas letras que espantam de tanto amor.
E ao Rio caminho, me torno inventário de vidas, de versos, canções
Assim vivo de vidas feitas de espelho.
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