quarta-feira, junho 03, 2009

Enquanto te vejo em chão

Se meu riso fosse um pedaço do espaço
Daria-te minha estrela
Mas todo universo me cala os passos
E ouço o som do perdão. 

Tão estranha a história
Tão estranhos os lábios.

Se meu riso fosse um pedaço dos astros
Haveria  um espaço
E meu sonho detento
Correria o mundo a ver o sentido de ser
Suplantar todo o chão.

Se meu riso fosse um pedaço dos cascos
Haveria razão.

E verias o vento
Calado ocultar o saber
Pra surpreender
Capoeira colar pé na face do cão
Que humilha o moço no chão
Que é o capeta!

E de rir
Dá-me o pé entre giro de fé, camará!

Não se engane!
Surto em passos de primeira ação e sina
Rimo espada e imensidão
Calo papel e tenho rima na língua do versejar
Na palavra condoída
No grito que  arremedo, acorrenta cego à mau explodida
Bomba agora já doída
Lágrima não escondida
Despercebida força amiga
Que passeia em rubra sina.

Não se engane!
Me apalavro
Sou retalho  de meu chão
E redundo sendo mundo
Redondo de inanição
De fé e da algo fundo
Que é meio coração
E é meio outro mundo
De justa e boa paixão
Disfarçado de feito fuso de amor e de canção
Não se engane! Eu verso turvo
Enquanto nem sou canção
Enquanto me faço chão
Enquanto te vejo em chão.


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