sábado, junho 06, 2009

Minha flor



Repetindo assim um velho rumo louco
Escutando pedaços
Andando pelos espaços
Catando ventos de fé.

Olhando por cima dos ombros
Lendo jornais andantes
Vendo  curvas e rios
Tecendo um rir
Sabendo o rumo cego e vão.

Tanto há de mim no amor
Tanto há de sim no horror.

Separado de meus medos
Rio acima em ventos tantos
Frios fazem rir um jeito, um elo.

Ruas de infância adulta
Escrevinhadas em prantos
Detidas em detalhes que sonho em fé
Vendo o destino ser vão.

Tanto há de sim no amor
Tanto há, enfim, de dor.

Antigas palavras doces
Costuradas com cimento
Detidas por medo e vento
Fazem nua toda esta prece.

Vidros quebrados nas casas
Ruas, carros, excrementos
Milhões de solidões abanam
Uma cidade e seu verso.

A calma da luz me enche
É em vão.

Ruas são meu dom de amor
Cores são meu som, minha flor.



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