Quero deslindar belos destinos
Ruas, ruínas, dons
Transitar ares e renascidos
Gestos que dão canção.
Quero salvar uns jegues e uns sinos
Sabendo o quanto é bão
E no espaço de meu cinza desígnio reparo no tom
E o som me faz um desencanado carinho
E eu lhe gosto
É bom.
Desamargo o nú desalinho
De fazer gota e mar
E gero um destino amordaçado entre toda a dor
Que me cria músicas e versos
eu sou Salvador
De meu Rio que é olhar e linho
E eu vejo o Cristo
O Redentor.
Se eu sou uma invenção
A amada é céu
Se toda a palavra me faz novo
Algo me faz ser fel
Pois o status do meu mau
Corrompe o próprio eu
E na nudez espero ser mais que a dança
Talvez ser um seu.
Se meu ar se faz turma de mundo e sal
Eu redigo amores e sou ventre
E me deixo a ver
Medos e corrompidas lembranças
Prefiro até morrer
Mas enquanto espero
Deus me faz ver
Suaves tons de sussurros.
Dá em mim o desígnio de outro amor
Rasgo palavras velhas e navego
Sabendo que mesmo assim
Reparo em nuas verdades de cana e giz
E prefiro a coragem de olhar só a mim.
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