quinta-feira, junho 04, 2009

O amor me acalma

Rasga-me em cinza nudez que em mim sussura coisas
Cala-me em mãos no papel de Buñuel
Me burle as ostras
Respeite meu tom, meu som de mulher entre lençóis
Se me disse um sim
Não me venha jamais me dizer nó
Sorridente eu beijo os Brasis que corrompem euforias
Nudez me acalma.


Quero ser o nú novo céu!
Que o nú que oponha-se à cor!
Quero o sabor sem mais mel de perceber-me sol
E numa invenção pelas armas que abalam o meu não
Quero só a mulher que corrompa em mim qualquer vã paz
Se nadar demais todo o mar é de mim quase que um outro
A água me acalma.

Suburbano? além do meu trem só meu nome, sopro  que vem
Entre águas claras, fumaças e dores de jardim
E entre meus sins,  gritos de giz feitos gemidos de amar
Qual perfuratriz que solene abre brechas no ouvir
Para o canto atriz desta vil nova moda de euforia
Nada me acalma.

Respeite meu bem
Tudo vem qual um louco inglório breu
Pintando assassinas amargas vontades e razões
Qual a melodia que parte meus vícios em paixões
Em mil partes de prantos e sentidos
Num limite tentador
E neste esperanto eu rimo certezas com perenes calmas aladas.

Só assim é o fim desta luz
Eu que me alimento demais
Destas mil palavras e aspas que sussurram ouvir baiões e Bach
Enquanto me insano tornando-me extremo reluzir
Qual espelho em cantos que me lembram fé em Deus e Oxum
Nesta sina de asas pinto sins de fidalguia
O amor me acalma.








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