terça-feira, junho 23, 2009

Pra eu o ensinar

Eu nunca fui nú como nesses dias
Fugitivo da vida que nasci e quis
Como a tripudiar dos mundos que me faço
Querendo ser mais rei dos reis do meu país
E aquele que me ensinaria a lição da hora
Comia e corria para ser feliz.

E eu ia à toa
Santos tempos e aís
Tanta verdade
Era a tolice minha que hoje me invade
Sabendo lá com meus botões que falta um pai.

A loucura de todo dia é que o mundo é velho
Por isso mesmo intensa a lição se faz
E o mundo se arredonda como uma familia
Que cresce é sozinha, mas que falta faz
No verso que empobrece sem um seu de medo
Do verso de um velho que chamava pai.

E eu ria à toa
Hoje rio mais
Sei que há saudade
Mas aprendi uma rua que corre às tardes
No dedo que aprendeu porque ser pai.

Talvez por saber tantas velhices escondidas
No riso, na vitrola, na lábia no bar
Eu sabia que Deus comprava pão na esquina
Sabia brincadeira, porrada, amar
E me deixando rir da rua, do meu mundo
Brincando de aprender
Saber de adulto em mar.

E eu ria à toa, ia navegar
Mas nessa verdade
Aprendia discursos de outra saudade
Do mestre eu ia ver a morte vir chegar.

E como uma maldição ele me fez poeta
E orgulhoso deste jeito com seu verso
Me infernou o mundo com o adverso
E eu o fiz poema por amá-lo em paz.

E cadê a proa?
Onde está o mar?
Só tem a saudade
E espelhando o mundo vejo a meninagem
Um anjo já nasceu pra eu o ensinar.

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