quinta-feira, junho 04, 2009

Futebol

Gritava gol aqui pelas listradas
Camisas que ardem
Queimam pavilhões
Seja em si a insígnia
A pura paixão
Que conduz os meus dias, os mil dias, os sem dias.

Veja o quanto é graça
Tudo insano e calmo
Remota viragem
Redundando em arte
Intelecto-peão
Qual nova magia, nova invenção
No estupor do lance
No mágico lençol que inventa o vento e sem nexo
Responde e marca
É melodia?

Quase uma miragem
Diária miragem
Única das artes que é reinvenção
Gols de sol e  palha
Gols de fidalguia
Gols de gol, de guerra e paz
De delícia e relida invertida magia
Quase uma vontade
Quase um estranho, um signo insano
Uma voz trovão
Ardendo nas vistas, peitos e esperanças
Dançando a dança, a voz
De Deus
Será poesia?

Era drible e banzo no zagueirão dormente
Latente e potente muro em ação
E qual a recondução de Nero
Alexandre dono de mundos
Retumbava a entrada dura
E o grito calado
Fim do sonho elétrico e da fantasia
O Samba era noturno
Era triste e vão
Nada mais havia
O rumo era o da saída
E a dor invadia, assim se ia sem Deus
Sem Deus
Sonoro Deus
O que havia era calmo
Será magia?






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