Gota de orvalho de flor
Reza, sereno, luar
Espelho finge ser você quando não há
Rimam trilhas d'outro eu
Rimas de orvalho na flor cabem em qualquer lugar.
E em fogo e suor o trem lantejoula no fundo das celas
Nas estrelas pequeninas
Nas entrelinhas, esquinas do ritmo do afinco
Destas coisas tão vadias que vadias são por popular
E a chuva do meu som que se forma mar
É a trilha que a sistina capela ensina
Ao assombro dos olhos à espera
Da imensa seca da espera ínfima do som medo que moendo
Retremelica as palmas das mãos
E recriam juntos dedos, anéis e canção
Num exposto gosto de remendo qual chorume feito lágrima sob o sol.
Chuva de orvalho e odor
Fome de medo de amar
Espero o filme do meu ser recomeçar
Paro em graça como um Deus
Retremo o sol do calor
Me arvoro de alumiar.
E cismo num sentido língua com o ritmo rebuliço
Do estranho azul que em visgo prende-se vogal e mina
Construindo nova sina resmungada ao surdo do sol.
Fome de mar e de amor
Orvalho é gota de mar
Respiro firme antes de meu caminhar
Pedra é sal que fez-me eu
Eu de orvalho e de flor, sal e areia de mar.
Despedaça-me o firme
A refrega
O espaço que oprime
A surpresa que afeta a calma e o desmilinguir
Espero, esqueço, me apego no alarme
Me surpreendo em combate
E se aguardo e espero sou do fim o severo
Som que oco é um atento retumbar de maus momentos
E no entanto sou lamento e canção de vero amor
Caminhada é ensinamento.
Dores e amores são cor
Forma de vento no mar
Orvalho finge ser apenas um chorar
Ao sorrir formas de deus
Orvalho é rima na flor
Flor que rima com olhar.
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