Eu quero celebrar a ida dos mundos a seu nêmesis
À cavalaria selvagem que invade continentes e ocupa almas e campos
Quero celebrar à dor de crescer a cada dia
A impiedosa dor do crescer
A impiedosa exigência do avanço.
Quero celebrar o fogo que arde, aquele de Camões
Que toma passos, pernas, peitos, mãos e dedos
Qual uma febre criadora que nos exige o sêmen, o sumo de nós
O sangue.
Quero a celebração de um crescente infante antigo homem
A dança selvagem de emoções e razões entrelaçadas na cópula da alma
Me daria em sacrifício à esta dança
A este largar os laços, as paredes e muros e lançar-se na explosão que nos mata.
Quero celebrar a surpresa, a comoção, a dor, a dádiva de ver-te
De saber-te
Hoje celebro a mim
Mas também a ti que abre meu peito aos mundos
Que torna-me novamente chama
Que me confunde, devora, apavora
E como vida me toma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário