Nasci de uma lida, de um sol, de uma forma de vida
De um corte, de uma fúria, de um alerta
Feito de gente com fé, com um ler, um amar
Que transformava rosas em setas.
Nasci de uma ira, de um só, de uma linha de risco
De uma fome que avança, lenta
De um correr, de um rir, de a um mundo nadar
De uma cisma, de uma explosão intensa.
E vendo sóis deliro
Me invento na graça, na gana que me sustenta
Vendo o rir das mil vidas que me andam o olhar
Sou de um chão toda a terra, o que venta.
E vendo a luz das manhãs
As ruas, as farpas
Sonho um redemoinho nas gentes
Mouro no nome e na alma
Torno-me negra e mulher, da vida.
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