Em um segundo estamos aqui em nós.
Nada contra, ogros tem camadas e sabem curtir seus pântanos.
Em um segundo assim estamos, nós e nós. Com amigos, cães, planos, livros, olhares. Vivos sim, porque não? Escolhemos um rumo, um rumo doido, cheio de pedras, mas um rumo.Pagamos o preço do rumo, colhemos seus frutos.
Em um segundo estamos sós, achamos-nos sós, achamo-nos no caminho onde nunca ninguém nos olha e nos contentamos felizes com nosso sólido ser, nossa casa, planos, vôos e lugares.
E é neste momento que surpreende a chegada das borboletas. Elas chegam e invadem os apartamentos, cinemas e lares, olhares, caminhos, corações. Elas tomam-nos, tomam o medo, o segredo, a aridez, tomam-nos por delas.
Em um segundo estamos sós e no outro Voilá! Somos presa.
Jamais presos, somos capturados pelas asas diáfanas, pelos olhos de Cleópatra, pelas letras, pela voz, pelo futuro, pelo esforço, pela dedicação. Somos delas.
Dai em diante somos inteiros Borboleta, somos inteiros o amor que ensolara as manhãs e nos faz isso, fogo.
E sendo Borboleta sentimos, derretidos, saudade.
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